As autoridades norte-americanas mostraram nesta terça-feira preocupação com uma possível intromissão russa nas eleições que se vão realizar em outubro no Brasil.

“Obviamente, temos preocupações. Vimos a Rússia se intrometer em eleições em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos e na América Latina“, disse Subsecretária para os Assuntos Políticos do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em entrevista à BBC Brasil.

“Por isso, em minha recente visita ao Brasil, exortei o governo a ser extremamente vigilante, e a oposição também, para garantir que forças externas” não manipulem o ambiente eleitoral, acrescentou.

Questionada ainda sobre as dúvidas que o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tem levantando sobre a fiabilidade do processo eleitoral nas próximas eleições a responsável norte-americana disse acreditar nas instituições brasileiras.

O Brasil utiliza um sistema de votação em urnas eletrónicas desde 1996 e nunca houve nenhuma irregularidade comprovada.

Jair Bolsonaro, que procurará a reeleição, em outubro, tem acusado repetidamente membros da autoridade eleitoral de favorecer o seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e insistiu que o sistema de votação eletrónica do país não é confiável.

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Bolsonaro chegou mesmo a pedir a participação de militares no apuramento dos votos pelo Tribunal Superior Eleitoral nas eleições deste ano.

“Acreditamos que o Brasil tem um dos sistemas eleitorais mais fortes da América Latina” com “instituições fortes, salvaguardas fortes, uma base legal forte”, disse Victoria Nuland, em entrevista à BBC Brasil.

“O que precisa acontecer são eleições livres e justas, usando suas estruturas institucionais que já serviram bem a vocês no passado. Temos confiança no seu sistema eleitoral“, concluiu.

A vantagem que o ex-presidente Lula da Silva tem em intenção de voto nas eleições presidenciais de outubro no Brasil sobre o atual Presidente, Jair Bolsonaro, caiu seis pontos percentuais em três meses, segundo um levantamento divulgado.

Apesar de Luiz Inácio Lula da Silva ainda liderar as sondagens com ampla vantagem, a distância que o separa do atual Presidente nas eleições caiu de 14,2 pontos percentuais em fevereiro para 8,6 pontos em maio, de acordo com a sondagem publicada pela empresa MDA.