O jovem de 19 anos filho de um dos membros mais influentes da claque portista Super Dragões e considerado o principal suspeito do homicídio de Igor Silva, que foi esfaqueado mortalmente durante os festejos do 30.º campeonato do FC Porto, vai ficar em prisão preventiva a aguardar julgamento. A decisão do juiz foi divulgada pelo JN.

Em comunicado divulgado na manhã desta terça-feira, a PJ avançava que tinha detido o suspeito das agressões que levaram à morte de Igor. O jovem foi detido durante a noite de segunda-feira pela suspeita de homicídio qualificado.

A PJ revela que o crime terá acontecido em “retaliação por uma sucessão de agressões que, desde janeiro deste ano, tinham ocorrido entre o arguido, familiares deste e a vítima”.

A PJ conta que após intervenção de alguns populares, que também foram agredidos, a vítima afastou-se do local, mas viria a ser abordada pelo arguido que “munido de uma arma branca de dimensões significativas, a atingiu repetidamente e com extrema violência, provocando-lhe a morte”.

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Uma fonte policial disse à Lusa que a morte do homem se deveu a “questões pessoais” entre a vítima e o agressor, avançando que estão em causa “desavenças, entre a vítima, a família do arguido e o próprio arguido.

A mesma fonte esclareceu que o episódio de violência “não se tratou de disputa de territórios, nem de guerras entre gangues armados, nem teve a ver com futebol”, acrescentando que, durante as agressões, não foram usadas armas de fogo, apenas a faca que o arguido usou para esfaquear mortalmente a vítima, de 26 anos.

O detido, que segundo a PJ trabalha como empregado de limpeza, não tem antecedentes criminais.

Segundo o Correio da Manhã, o pai do jovem, Marco “Orelhas”, também é suspeito das agressões fatais e continua em fuga. O elemento dos Super Dragões já foi acusado pelas autoridades por ter participado em outros episódios de violência na zona do Grande Porto.

O pai do principal suspeito do crime esteve envolvido em outros episódios violentos dentro de campo. Segundo o Público, durante uma partida entre o Canelas 2010 e o Rio Tinto em abril de 2017, o homem partiu o nariz a um árbitro com uma joelhada, após ter sido mostrado um cartão vermelho a um dos jogadores.

Foi depois condenado a 11 meses de prisão com pena suspensa, tendo também sido banido de entrar em recintos desportivos por esse período. No Estádio do Dragão, o pai do principal suspeito do crime é muitas vezes visto junto ao líder do Super Dragões, Fernando Madureira.

O FC Porto reagiu ao sucedido ao final desta segunda-feira. Num curto comunicado, os dragões lamentaram a “morte de um adepto durante as celebrações da conquista do título nacional de futebol”: “À família da vítima, o FC Porto endereça sentidos pêsames”.

Artigo atualizado às 19h31 de dia 10 de maio de 2022