O presidente da Câmara do Porto garantiu esta segunda-feira que a autarquia está atenta aos problemas causados aos comerciantes pelas obras do metro, mas disse que qualquer compensação financeira caberá à Metro do Porto.

Sobre as obras que dizem respeito à Metro do Porto, a competência por pagar eventuais indemnizações, e informar os comerciantes quando abrem frentes de obras, é da Metro do Porto, que o assumiu publicamente”, afirmou Rui Moreira.

O princípio de compensar os comerciantes afetados por empreitadas “tem sido seguido pela Câmara” e “será seguido pela Metro do Porto”, disse o autarca, em reunião da Assembleia Municipal, em resposta a Rui Nóvoa.

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) defendeu que a Assembleia deveria ouvir a administração da Metro do Porto, mas o presidente da Câmara lembrou que não pode chamar ninguém em nome daquele órgão.

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O BE desafiou ainda a autarquia a juntar-se ao Dia Mundial Sem Carros, e a implementar, “em regime piloto, um dia mensal sem carros”, mas o edil disse “que esses dias mundiais não funcionam” porque “as cidades não estão preparadas”.

Rui Sá, da CDU, criticou os projetos da Metro do Porto que “mudam a cada instante”, como a linha rosa do metro, em que “foi achatada a linha circular, e já não vai à zona da Faculdade de Letras” da Universidade do Porto, ou a nova linha de metrobus.

Em relação a este último projeto, lembrou que, “na Avenida Marechal Gomes da Costa, não vai ter canal próprio” de circulação, e que “agora dizem que sobrou dinheiro e, por isso, vão estender até à Rotunda da Anémona”.

Rui Moreira esclareceu que a decisão de não estender a linha rosa até ao Campo Alegre foi da Metro do Porto, baseada num estudo que relaciona a procura com os custos, e que a decisão de levar o metrobus à Rotunda da Anémona, em Matosinhos, foi tomada em conjunto com a presidente da Câmara daquele município, o anterior ministro do Ambiente e da Ação Climática e o presidente da Metro.

A alternativa surge de “dinheiro sobrante” do concurso lançado para o metrobus, que, naquele troço, vai operar “numa faixa dedicada, na antiga linha de elétrico”.

Da parte do PS, Odete Patrício frisou que se mantém a “tendência de 2021 das receitas a crescer mais do que o previsto” enquanto as “despesas pagas estão abaixo do valor ano passado”, o que revela uma “tendência para investir menos do que o previsto”.

Em resposta, o presidente da Câmara disse estar “extremamente contente por, neste momento, em que a crise se avizinha, a receita esteja a comportar-se melhor do que o esperado”.

Paulo Vieira de Castro, do PAN, defendeu “outra política de adoção [de animais de companhia], porque que entram mais animais do que aqueles que saem” do Centro de Recolha Oficial de Animais.

Rui Moreira referiu que não pode “dizer que daqui a dois anos vai-se construir um novo centro, porque, pelo andar da carruagem, daqui a dois anos esse centro estará cheio”.