A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, admitiu esta quarta-feira que “há um caminho muito grande a fazer” para a valorização dos profissionais do setor, tanto no aumento dos salários, como na conciliação com a vida pessoal.

Quando falamos que as pessoas estão no nosso centro de ação, os turistas, os residentes, os empresários, não podemos esquecer aqueles que trabalham, aqueles que servem, aqueles que estão disponíveis 24 horas, aos fins de semana incluídos, no setor do Turismo”, destacou Rita Marques.

A secretária de Estado falava na sessão de abertura do primeiro Hints (Simpósio de Turismo Patrimonial Inclusivo, sigla do original Heritage Inclusive Tourism Symposium), que decorre até quinta-feira em Lamego.

“Nessa perspetiva, temos de fazer um caminho muito grande, muito grande, no que toca à valorização das profissões atinentes ao turismo. É bem verdade que nesta altura temos que trabalhar no sentido de aumentarmos as condições remuneratórias, mas não só”, alertou.

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Neste sentido, a governante sublinhou a “necessidade de conciliar também a vida profissional com a vida pessoal destas pessoas”, uma vez que este setor do Turismo “é muito exigente nessa perspetiva”.

“Nós todos trabalhamos enquanto os outros descansam e, nessa perspetiva, temos de encontrar novas formas de remuneração (…) para compensar estes trabalhadores de modo a fazer com que se sintam realizados e, só assim, possam continuar a acolher bem, com um serviço de excelência, quem nos procura”, defendeu.

Neste sentido, Rita Marques pediu que, no final dos dois dias de trabalho, “possa haver um conjunto de potenciais soluções” para responder aos atuais desafios do turismo, uma vez que falava para uma plateia essencialmente académica, dos cursos de gestão, turismo e hotelaria.

“Temos de facto de fazer um esforço grande para captar talento, para reter talento, para fidelizar talento e para premiar esse mesmo talento”, defendeu, enquanto destacou também o outro desafio de “envolver as pessoas locais na dinâmica” do turismo.

A governante defendeu que a estratégia tem “as pessoas no centro da ação” e isso “tem de ser feito de várias formas”.

E uma delas passa por “evidenciar aos residentes, aos locais, as vantagens não só económicas, mas de outra natureza também”.

“Como a preservação do nosso saber fazer, das nossas artes, dos nossos ofícios, enfim, da nossa cultura, dos nossos valores. Temos de fazer por mostrar às comunidades locais que o turismo tem, seguramente, também muitas vantagens, acarreta e implica muitas vantagens, alavanca muitas potencialidades para a boa dinâmica dos territórios”, disse.

Com isto, “há de facto um impacto positivo no setor do Turismo, na criação de riqueza, na criação do emprego e na criação das melhores condições para que estes locais possam contribuir ativamente para esta boa onda que o setor do turismo encerra em si mesmo”.

Um envolvimento que o presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, destacou e deu como exemplo a “envolvência dos moradores do Bairro de Castelo que estão muito satisfeitos com a dinâmica que se criou após a requalificação” que o município fez ao Castelo.

“A forma como os moradores, quem tem atividade comercial no Castelo, quem recebe os turistas, os idosos do Castelo que estão ali e veem passar e gostam de interagir com eles, veem esta mudança e esta abertura do nosso património a turistas e, nomeadamente a estrangeiros, de uma forma muito satisfatória”, apontou Francisco Lopes.

A organização do Hints é da responsabilidade da Escola Superior de Gestão de Lamego, do Instituto Politécnico de Viseu, em coorganização com o Dinamia’cet — Iscte, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território, do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa.