O primeiro-ministro, António Costa, disse nesta sexta-feira que se houve algo que a Europa percebeu nos últimos tempos é que é “absolutamente fundamental” recuperar a capacidade de produzir.

“Se houve algo que a Europa percebeu é que não pode continuar a depender inteiramente de produções que deslocalizou para outras geografias e que é absolutamente fundamental que recupere a capacidade de produzir“, afirmou António Costa, no encontro com empresários “A Caminho de Hannover”, em Braga.

Durante a pandemia de Covid-19, muitas das empresas portuguesas provaram a vantagem de Portugal ainda ser um país onde o saber fazer certos produtos foi “absolutamente fundamental” para produzir bens que eram “imprescindíveis”, sublinhou.

“De repente num continente onde se desenvolvem foguetões para ir ao espaço não havia quem produzisse máscaras para nos protegermos de um vírus”, referiu.

Essa necessidade de reorganizar as cadeias de valores é um campeonato onde Portugal não tem só dizer que está presente, levantando o dedo, mas onde tem mesmo que estar presente, sublinhou o governante.

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“Temos mesmo a oportunidade de sermos uma das plataformas europeias deste esforço de reindustrialização à escala global, temos todas as condições para isso”, vincou.

Do conjunto das apresentações feitas pelas empresas presentes no encontro, o primeiro-ministro realçou o facto de existirem indústrias que produzem bens para outras unidades industriais, bens para consumo final, que desenvolvem soluções de produção e de gestão de produção para outras empresas, designadamente para empresas industriais.

“O que é que isto significa? Isto significa que nós podemos cada vez mais desenvolver em Portugal não só a produção, mas também todo o ‘software’ necessário para suportar a produção, o controlo da produção, a otimização da produção e a melhoria da produtividade”, sustentou.

Segundo António Costa, não é por Portugal passar a ser conhecido como sendo ótimo na indústria que “o Ronaldo perde valor, que a qualidade das praias desvaloriza, que a gastronomia perde sabor ou que os portugueses deixam de ser simpáticos”.

“Essas características já nós as temos todas. O que nós temos que mostrar é que somos muito mais do que aquilo que os outros já sabem que nós somos”, ressalvou.