As onze embarcações de pesca do projeto “OceanLit”, que passa pela devolução do lixo produzido a bordo e recolhido nas águas marítimas da Madeira, entregaram cerca de duas toneladas de resíduos nos primeiros meses do ano, foi nesta sexta-feira anunciado.

“Não podemos continuar a fazer do mar um depósito de lixo”, declarou o secretário Regional do Mar e das Pescas da Madeira, Teófilo Cunha, na cerimónia da entrega da bandeira “OceanLit” às primeiras 11 embarcações que estiveram em condições de aderir ao projeto.

Teófilo Cunha referiu que este é o símbolo de que as embarcações devolvem todo o lixo produzido a bordo e procedem à recolha do lixo que encontram durante a atividade piscatória e a navegação, em especial materiais das artes de pesca que são deixados à deriva no mar.

“Nos primeiros meses deste ano já foram recolhidas cerca de duas toneladas de artes de pesca encontradas à deriva nas águas marítimas da região, mas também garrafas, plásticos e pneus”, indicou, admitindo, contudo, que algum do lixo relacionado com a arte da pesca são elementos que não são utilizados na Madeira, devendo ter sido trazidos pelo movimento das marés.

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O “OceanLit” faz parte de um projeto cofinanciado em 85% pela União Europeia, através do Programa INTERREG MAC 2014-2020, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) que passa pela colocação nos portos de pesca do Funchal, Caniçal, Porto Monos, Paul do Mar e Porto Santo de contentores específicos para a receção de lixo marinho associada à atividade da pesca.

O secretário Regional madeirense salientou que estas 11 embarcações “são as primeiras de muitas” que espera que venham a aderir ao projeto, que tem como principal foco os pescadores e armadores, que tiveram várias ações de formação, nos últimos seis meses.

Teófilo Cunha enfatizou ainda que o objetivo é tornar os armadores e pescadores “agentes ativos no combate à despoluição dos mares, na recolha dos lixos e na preservação dos ecossistemas”, até porque devem ser “os primeiros interessados” no projeto já que o mar é o seu principal meio de subsistência.

Ainda segundo o secretário Regional, as bandeiras colocadas nas embarcações são o símbolo que indica que são agentes ativos e que adotam “boas práticas ambientais”.

O lixo recolhido será, posteriormente, enviado para o continente, uma vez que a região ainda não tem operadores para este tipo de resíduos.