Com apenas três ausências do painel de 50 lisboetas selecionados, já arrancou o primeiro conselho de cidadãos da cidade de Lisboa. Com Carlos Moedas a dar as boas-vindas aos cidadãos selecionados — dos 2.300 que se inscreveram — e a dar conta da importância da iniciativa que foi uma das suas bandeiras eleitorais. Moedas pediu um “conselho sem interferência política” e espera que iniciativa seja início de uma “política 2.0”.

“Há uma expectativa enorme. Nunca fizemos nada como isto, se tivermos sucesso podemos provar o que é que são as políticas públicas 2.0, as políticas públicas com as pessoas”, disse Moedas aos participantes que estarão até ao final do dia de domingo a debater ideias e propostas para a cidade.

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No pequeno discurso de introdução à sessão, o presidente da câmara lembrou as palavras do Prémio Nobel da Química, Linus Pauling: “A única maneira de ter boas ideias é ter muitas ideias e dizê-las”. Moedas partilhou também que “nunca gostava de ser o primeiro a falar”, mas pediu aos lisboetas que “falassem sem qualquer tipo de receio”.

“A política pública é diferente da política. Tínhamos os políticos que diziam às pessoas por onde ir, mas agora isso mudou. Há pessoas que querem trabalhar com os políticos, mas não sabem como. As pessoas dizem-me na rua que querem ajudar, querem fazer. O futuro são pessoas que ajudam a construir o futuro, é essa a grande diferença”, afirmou Carlos Moedas dizendo esperar que este seja um “conselho sem interferência política onde as pessoas possam sair a dizer que se chegou a algo de concreto”.

Este primeiro dia de trabalhos terá a participação de quatro convidados, entre eles Roberta Medina, a organizadora do Rock in Rio e ativista pelo clima, Júlia Seixas (professora na Universidade Nova de Lisboa nas áreas do Ambiente, Energia e Alterações Climáticas), Pedro Martins Barata (coordenador dos trabalhos da equipa que elaborou o roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050) e Catarina Freitas, da Câmara Municipal de Lisboa fecham o painel de convidados que irá ajudar a enquadrar o tema antes da discussão.

Com participantes que vão “desde a Margarida de 17 anos à Mariana de 82”, os lisboetas estão representados por 47 pessoas (houve três ausências de última hora por culpa da Covid-19), 26 mulheres, 23 homens e 1 não-binário.

No que diz respeito à profissão, 30% dos participantes são trabalhadores por conta de outrem, 18% são estudantes, 14% trabalhadores independentes, 8% desempregados, 2% são sócios-gerente e 28% indicaram “outra” como profissão no momento da inscrição no conselho de cidadãos.

Quanto às habilitações literárias, a grande maioria (48%) tem ou “ensino básico ou outro”, 28% mestrado ou ensino secundário (14% cada), 12% são licenciados e os restantes 12% dividem-se entre doutorados (6%) ou pessoas com curso profissional completo.