O Presidente da República defendeu este sábado que, para haver sanidade no sistema político, é necessário “visualizar-se uma alternativa”, acrescentando que “só uma oposição muito forte” permite fazer “acordos de regime”. Falando no encontro “Portugal XXI: País de futuro”, que decorreu hoje na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa abordou os desafios que Portugal enfrenta e referiu-se à “questão muito debatida das condições institucionais para o crescimento económico”.

“Há condições institucionais que estão adquiridas em Portugal: a estabilidade governativa e parlamentar, durante o período de quatro anos, quatro anos e meio. Deve ser na Europa, que eu me lembre, o único país com maioria absoluta de um partido”, afirmou o chefe de Estado, antes de notar que essa maioria também existe na Grécia “graças ao sistema eleitoral”.

No entanto, Marcelo frisou que essa maioria absoluta “não chega”: “A sanidade de um sistema é mais do que isso: é haver alternativa, ou visualizar-se uma alternativa, que só isso é que permite, nomeadamente, acordos de regime”.

“Só uma oposição muito forte é suficientemente forte para fazer acordos de regime. Senão não faz: tem ciclos tão pequenos, tão pequenos, tão curtos, tão curtos, que não faz acordos de regime. São sempre precários”, referiu. Elencando assim temas para acordos de regime, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “há uns que são fáceis de fazer: a transição energética é largamente fácil, a digital é facílima, mais difícil a saúde, mais difícil a segurança social, embora mais fácil do que a saúde”.

“Há assim uns domínios, já não conto com a educação, esperando que se ultrapasse os diferendos ideológicos em relação às qualificações”, referiu.

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