Parecia que nada corria bem. Parecia que havia sempre algum problema. Parecia que estava quase como que destinado um ano de quebra total. Depois de toda a rábula do joga-não joga-joga-não joga no Open da Austrália que fez com que se tornasse notícia não só pela ausência final mas também pelo facto de não estar vacinado contra a Covid-19, Novak Djokovic caiu nos quartos do Open do Dubai e falhou os torneios dos EUA como Indian Wells por essa mesma questão da vacinação. A terra batida surgia como uma espécie de segundo começo para o sérvio, que deixara de ser número 1 mas recuperar mesmo sem jogar essa posição pelas derrotas de Daniil Medvedev. No entanto, também aí as coisas teimavam em não sair.

Agora, acabou: Djokovic foi deportado, está fora do Open da Austrália e seguiu para o Dubai antes do arranque do torneio

No Open de Monte Carlo, onde foi grande protagonista não só pelos treinos que juntavam centenas de pessoas mas também pelos eventos sociais onde era o mais requisitado, o sérvio caiu logo na ronda inicial frente ao espanhol Alejandro Davidovich Fokina. Nem mesmo a jogar na sua “casa”, no Open de Belgrado, foi capaz de chegar ao primeiro troféu, perdendo na final com o russo Andrey Rublev. E em Madrid todo esse cenário não mudou, caindo nas meias frente à revelação espanhola Carlos Alcaráz.

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“Não vai ser o melhor por causa de uma vacina”: Djokovic faz história (negativa) no dia em que foi visado por outro ex-número 1

Djokovic, que em Monte Carlo se tinha mostrado pouco preocupado com o insucesso, queria apostar as fichas da retoma em Roland Garros mas o caminho até ao Grand Slam francês mostrava que ainda não tinha atingido o nível que o levou a igualar o número de Majors de Roger Federer e Rafa Nadal (antes de ser ultrapassado pelo espanhol na Austrália). Ainda assim, foi dizendo que era para esse momento que se estava a preparar. E no último grande teste, em Roma, mostrou que pode sonhar com esse objetivo.

Num só fim de semana, Djokovic voltou a ser Djokovic. No sábado, nas meias-finais, derrotou o norueguês Casper Ruud por 6-4 e 6-3, atingiu a 55.ª final em torneios 1.000 e alcançou aquela que foi a 1.000 vitória no circuito ATP, algo que só Jimmy Connors, Ivan Lendl, Roger Federer e Rafa Nadal tinham conseguido. Este domingo, bateu Stefanos Tsitsipas por 6-0 e 7-6 (7-5) e conquistou o primeiro torneio de 2022. Foi a 38.ª vitória em torneios 1.000, o primeiro título desde novembro de 2021 mas também uma prova de que a capacidade de redenção continua presente, depois de ter estar a perder o segundo set por 5-2.