O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) ordenou esta segunda-feira o envio de centenas de militares norte-americanos para a Somália, país do qual se tinha retirado em 2021, para combater mais efetivamente o grupo jihadista Al-Shabab.

Joe Biden também aprovou um pedido do Pentágono para procurar e lançar ataques aéreos contra cerca de 12 suspeitos de liderar o Al-Shabab, grupo terrorista afiliado na Al-Qaida, que controla áreas rurais do centro e sul da Somália, confirmou uma fonte oficial dos EUA à agência de notícias Efe.

A medida é uma reversão da decisão do ex-presidente Donald Trump, no ano passado, de retirar quase 700 elementos de forças de operações especiais que estavam a operar naquele país.

O anúncio foi feito um dia depois do antigo Presidente da Somália Hassan Sheikh Mohamud, que deixou o poder em 2017, ter sido eleito, derrotando o chefe de Estado em exercício num prolongado escrutínio decidido por parlamentares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Hassan Sheikh Mohamud, que foi Presidente da Somália entre 2012 e 2017, venceu as eleições de domingo após a terceira volta, que se realizaram na capital, Mogadíscio, com um dispositivo de segurança imposto pelas autoridades para evitar ataques.

Antigo Presidente Hassan Sheikh Mohamud volta a ocupar cargo na Somália

A primeira volta da votação teve a participação de 36 candidatos, quatro dos quais prosseguiram para a segunda volta. Sem nenhum candidato ter ganho por pelo menos dois terços dos 328 votos, a votação foi então para uma terceira volta, na qual Hassan Sheikh Mohamud ganhou por maioria simples, que na terceira ronda é suficiente para escolher o vencedor.

Membros das câmaras legislativas alta e baixa escolheram o Presidente em votação secreta dentro de uma tenda num hangar do aeroporto da capital, que está protegido pelas forças de manutenção da paz da União Africana.

Esta eleição, que inicialmente deveria ter sido realizada, o mais tardar, em fevereiro de 2021, põe fim a mais de um ano de adiamentos e crise política em torno da organização do voto num país destroçado pelos ataques dos radicais islâmicos do grupo Al-Shabab e ameaçado pela fome, após uma seca de proporções históricas.

Há mais de um ano que os parceiros internacionais da Somália pediam às autoridades que concluíssem o processo eleitoral para se concentrarem nas prioridades do país.