Artis Pabriks, o ministro da Defesa da Letónia, discorda de Emmanuel Macron e de outros líderes europeus, que defendem que a Europa deve evitar “humilhar” Vladimir Putin — o Presidente francês terá até pedido à Ucrânia para fazer algumas concessões, de forma a “salvar a face” do Presidente russo, revelou Volodymyr Zelensky recentemente em entrevista, garantindo que os planos de Kiev não passam por aí. “Queremos que o exército russo deixe a nossa terra — não estamos em solo russo. Não vamos ajudar Putin a salvar a face, pagando com o nosso território. Isso seria injusto.”

Em declarações esta segunda-feira numa conferência, Pabriks defendeu que é à Rússia que cabe “perceber como perder”. “Salvar-lhes a face não é a nossa obrigação nem o nosso dever”, disse o ministro da Defesa da ex-república soviética, que já esta segunda-feira, numa entrevista radiofónica, tinha sido particularmente duro para com o Presidente russo.

“Talvez ele e os seus camaradas devessem colocar-se uma simples questão: ‘Porque é que todos os países vizinhos querem aderir à NATO?”. A resposta é muito simples: ninguém confia em vocês a não ser Moscovo”, disse Artis Pabriks à rádio do britânico Times.

“Os russos têm agora de enfrentar uma situação em que não se encontravam há muito tempo”, disse o ministro letão e ex-eurodeputado no palco da Lennart Meri Conferece, em Talin.

“Tem de perceber como vão perder, porque têm de perder e têm de compreender o que é que a perda significa, têm de suportar esta perda e de salvar a face e a dignidade. Salvar-lhes a face não é a nossa obrigação nem o nosso dever. Eles é que têm de aprender como perder e têm de aprender como preservar a dignidade e depois podem sentar-se à mesa e podemos conversar.”

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