O hospital de São João, no Porto, tem neste momento “mais de 200 profissionais infetados”, um número “superior ao registado nas outras vagas” o que, em conjunto com o aumento da afluência de doentes às urgências e necessidade de internamento está a criar “um problema de gestão”. Em resposta, a direção do hospital continua a avaliar “em permanência” a necessidade de elevar o nível do plano de contingência para o III (de quatro).

Em declarações aos jornalistas, Nelson Pereira, diretor dos cuidados intensivos do hospital São João, explica que essa alteração permite “interromper a atividade programada até 20%”.

“O nível III do plano de contingência justifica-se pela premência de podermos ter que a qualquer momento poder interromper alguma atividade programada — o que ainda não aconteceu e esperamos que não aconteça”, afirmou o responsável esclarecendo que “até ao fim de semana a decisão será tomada”, diz Nelson Pereira.

O responsável acrescenta que “não se antecipa que possa haver alívio da situação epidemiológica” e que “é preciso dotar serviços de ferramentas para lidar com esse aumento”. No âmbito mais geral, o especialista diz que se “justifica a ponderação de medidas extraordinárias” que deviam começar pela “generalização do acesso aos testes”.

“Há dois dias o hospital Santo António recusou doentes porque não tinha vagas. Na região norte e no nosso hospital, que costuma ser farol, a situação é de agravamento. Neste momento é extremamente difícil garantir em tempo útil o atendimento com qualidade que é algo que não queremos deixar de fazer”, explica o responsável clínico que diz ainda que a afluência não é apenas de doentes Covid-19, mas também com outras doenças.

Com 80 doentes internados com a Covid-19, 10 na unidade de cuidados intensivos, Nelson Pereira diz que o hospital “não está numa situação epidemiológica mais difícil”, mas que tem “um problema de gestão”. “Nesta fase do ano que costuma ser de alívio estamos a verificar um aumento da pressão”, apontou ainda.

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