Depois das arbitragens e do VAR, o Conselho de Disciplina. O Benfica lançou esta quarta-feira através da newsletter Benfica Diário um ataque ao órgão da Federação Portuguesa de Futebol na sequência da multa aplicada ao presidente do clube, Rui Costa, por declarações após a derrota dos encarnados diante do Gil Vicente. Em paralelo, a formação da Luz aproveitou também para comparar o caso do seu número 1 com o de Pepe a nível de atenuantes apresentadas, recordando vários outros casos ligados ao FC Porto.

Rui Costa multado por declarações contra a arbitragem após derrota com Gil Vicente

“Aí está ela, mais uma, a solidificar a ideia do caráter singular, caricato e imprestável da equipa que compõe o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, particularmente notabilizada por decisões e apreciações estapafúrdias, como estas da multa ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, e da argumentação que a suporta”, começa por referir no texto publicado na newsletter do clube da Luz.

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“Basta deste Conselho de (in)Disciplina! É tempo de colocar um travão neste desvario. Rui Costa disse ‘basta’ e foi acusado de incitamento à violência. Diz que a palavra se enquadra numa ‘aproximação perigosa, ainda que subrepticiamente, de um incitamento a comportamentos violentos por parte dos adeptos’. E, para agravar, recusa a atenuante dos serviços prestados por Rui Costa ao futebol e ao país, os mesmos evocados para aligeirar o castigo ao jogador do FC Porto, Pepe. Má sorte de Rui Costa, que já não está disponível para representar a Seleção e que, ao contrário de Pepe, não tem inúmeros vídeos publicados no Youtube com agressões e outras tropelias perpetradas ao longo da carreira”, aponta.

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“No limite, é o próprio Conselho de (in)Disciplina a incorrer em ‘aproximação, ainda que subrepticiamente a comportamentos violentos por parte dos adeptos’. Fá-lo, por exemplo, ao branquear, nuns casos, a violência em campo, noutros a castigar quem, no exercício da liberdade de expressão, legítima e cordatamente, manifesta o seu desagrado após uma arbitragem miserável. Faz lembrar a obra de Robert Louis Stevenson, ‘O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde’. Só é pena que este Conselho de (in)Disciplina pareça reunir-se durante o dia numas ocasiões, noutras à noite, especialmente quando se trata do Benfica”, prossegue, antes de voltar a apontar a mira também a episódios recentes ligados a FC Porto e seus adeptos.

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“Por fim, se dizer ‘Basta’ é considerado um incitamento à violência, o que dizer das reiteradas manifestações de regionalismo bacoco, da violência em campo, do comportamento selvático nos relvados após desaires, de assistentes de recinto desportivos a insultar e agredir jogadores, de bonecos insuflados ‘enforcados’ em viadutos, da estranha predileção pelo arremesso de bolas de golfe, de pedras lançadas sobre carros e autocarros em autoestradas, de roubos de bilhetes em Tondela, de insultos a adversários durante festejos, da coação e intimidação a árbitros no Centro de Alto Rendimento da Maia, etc., etc., etc. Basta! Mil vezes repetimos basta! Basta de desrespeito ao Benfica! Basta de fazer do futebol português uma anedota! Basta deste Conselho de Disciplina!”, concluiu o mesmo texto.

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