O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, afirmou esta quarta-feira que aceitou o convite do seu homólogo ucraniano para se deslocar “proximamente” a Kiev, numa viagem em que deverá ser acompanhado por uma delegação parlamentar.

Santos Silva falava aos jornalistas na Assembleia da República no final de uma reunião realizada por videoconferência com o presidente do parlamento da Ucrânia, a pedido de Ruslan Stefanchuk.

Em primeiro lugar, o Presidente do parlamento da Ucrânia reiterou o convite para minha deslocação a Kiev, e eu mais uma vez aceitei esse convite, essa deslocação será realizada oportunamente”, afirmou.

Questionado se, nessa deslocação, será acompanhado por deputados, respondeu: “As deslocações que o presidente da Assembleia faz são deslocações que envolvem não apenas o presidente, mas delegações parlamentares”.

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Quanto ao momento em que se poderá realizar essa visita, Santos Silva disse que acontecerá “proximamente” e “logo que seja oportuno e as condições o permitam”, salientando que esta deslocação está a ser tratada “com eficiência e discrição”.

“Referimo-nos ao trabalho que está em curso entre as comissões parlamentares respetivas e, evidentemente, as questões de organização de uma futura deslocação parlamentar portuguesa à Ucrânia serão tratadas com a eficiência e descrição necessárias nestes casos”, disse.

Instado a precisar se a visita que o primeiro-ministro português, António Costa, irá realizar à Ucrânia foi tema da reunião, Santos Silva ressalvou que “são órgãos de soberania diferentes”.

“Evidentemente que o Presidente do parlamento da Ucrânia teve ocasião de agradecer a prontidão com que o primeiro-ministro de Portugal aceitou o convite que lhe foi dirigido pelo seu homólogo ucraniano”, afirmou.

De fora da conversa por videoconferência entre os presidentes dos dois parlamentos ficou a polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal.

“Não foi questão que tenha sido suscitada pela parte ucraniana nem, naturalmente, pela parte portuguesa. Nós sabemos distinguir o que é um caso isolado que tem de ser tratado e resolvido como tal e o que é um movimento que tem permitido acolher até hoje mais de 35 mil refugiados ucranianos em Portugal”, afirmou.

No final da reunião, que durou pouco mais de meia hora, Augusto Santos Silva disse ter manifestado ao seu homólogo “o apoio de Portugal à Ucrânia, que é unânime entre os vários órgãos de soberania política em Portugal”, Presidente da República, parlamento e Governo.

“Foi um gosto ouvir o Presidente do parlamento ucraniano agradecer todo o apoio prestado por Portugal e eu garanti que esse apoio de Portugal continuará em todos os cinco planos em que, do nosso ponto de vista, tem de ser prestado”, afirmou.

Em primeiro lugar, no plano de apoio humanitário, com o presidente da Assembleia a referir ser “um gosto receber as dezenas de milhares de cidadãos ucranianos que já foram acolhidos em Portugal e que tiveram de abandonar o seu país devido à guerra”.

“Em segundo lugar, no apoio das sanções contra o agressor que é a Federação Russa: Portugal apoiou todos os pacotes de sanções até agora aprovados na União Europeia e apoia o sexto, incluindo o embargo total à importação de petróleo da Rússia”, assegurou.

No plano militar, a segunda figura do Estado realçou o apoio em equipamento e saúde militar que Portugal tem prestado à Ucrânia.

“O quarto plano relevante é o da reconstrução das zonas que o exército ucraniano já libertou da ocupação russa e da economia ucraniana no pós-guerra”, apontou.

Finalmente, no plano do incremento da cooperação entre a União Europeia e a Ucrânia.

“Em todos estes planos, o apoio de Portugal tem-se feito sentir desde a primeira hora e continuará a fazer-se sentir”, destacou.