O Presidente francês, Emmanuel Macron, explicou esta quinta-feira que a “comunidade política europeia” que tem vindo a defender representa “um complemento” e não “uma alternativa” ao processo de adesão à União Europeia (UE).

Falando no Palácio do Eliseu, ao receber a Presidente moldava, Maia Sandu, o chefe de Estado francês recordou que este formato visa “criar um novo quadro para estruturar a cooperação, reunindo nações europeias democráticas que aderem ao conjunto de valores [europeus] e que podem ou não aspirar a aderir à UE”.

Esta comunidade não é uma alternativa ao processo de adesão, mas um complemento que, independentemente dele, permite uma estruturação mais forte da relação política, energética e de investimento com vários países que desejam aderir”, acrescentou.

Macron apresentou este projeto a 9 de maio, Dia da Europa, perante o Parlamento Europeu em Estrasburgo (França), durante o debate sobre o lançamento do processo de adesão da Ucrânia, que está em guerra com a Rússia.

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O Presidente francês explicou que levaria “décadas” para a Ucrânia aderir à UE e sugeriu que Kiev entretanto deveria fazer parte de uma “comunidade política europeia” que poderia também incluir o Reino Unido, que deixou o bloco comunitário em 2020, ou a Moldávia.

Dirigindo-se a Maia Sandu, que recebeu pela terceira vez, Emmanuel Macron disse esperar que “as próximas semanas” permitam à UE “dar uma resposta clara à Moldávia, que a merece, dada a sua situação geopolítica, de segurança e humanitária”.

“A agressão inaceitável da Rússia à Ucrânia constitui uma ameaça à estabilidade de toda a região e em particular à Moldávia” porque “os recentes incidentes na região da Transnístria mostram que uma propagação do conflito” não pode “ser excluída”, salientou o chefe de Estado francês.

Por sua vez, a Presidente moldava saudou a “iniciativa” da Presidência francesa de criar uma “comunidade política europeia”, que, segundo ela, permitiria à Moldávia “acelerar” a sua adesão ao bloco dos 27.

“A Moldávia é um país com uma história europeia e terá sem dúvida um futuro europeu”, continuou a representante, sublinhando a “determinação” de Chisinau em tornar-se um Estado-membro da UE.

“Compreendemos que a adesão à UE é um processo longo e complexo, que requer muito esforço e trabalho árduo. Não estamos à procura de um atalho neste caminho. Estamos preparados para fazer esforços, para trabalhar”, assegurou.

A Moldávia solicitou a adesão à UE a 3 de março, tal como a Geórgia, e poucos dias após a Ucrânia (28 de fevereiro).

Depois da Ucrânia e Geórgia, Moldávia também assina pedido formal para se juntar à União Europeia