Cerca de 35 milhões de pessoas enfrentam a fome no Sahel e no corno de África devido à seca e as Nações Unidas advertiram esta quinta-feira que, sem um financiamento rápido, em breve será demasiado tarde para acudir ao flagelo.

Ninguém (no mundo) precisa mais de ajuda do que estas duas regiões. Este sofrimento é uma consequência das alterações climáticas, embora estas pessoas não tenham feito nada para o criar”, disse Martin Griffiths, funcionário humanitário da ONU, numa conferência de imprensa após uma visita ao Quénia.

Aí, observou o impacto na população do quarto período de seca consecutivo que se espalha pelo resto do corno de África (Somália e Etiópia), bem como o corredor geográfico que é o Sahel, onde o Burkina Faso, Chade, Mali e Níger são os países mais atingidos.

“Precisamos agora de dinheiro para salvar vidas e fornecer às populações alternativas de sobrevivência para os próximos meses“, disse.

Enquanto a crise humanitária na Ucrânia levou a uma generosa resposta financeira por parte dos doadores, a crise climática e alimentar em África tem visto uma resposta lenta e insuficiente.

Isto ocorre numa altura em que os países africanos estavam ainda a começar a recuperar da pandemia de Covid-19 e coincidiu com a interrupção do fornecimento internacional de cereais da Ucrânia e da Rússia devido à guerra, provocando o aumento dos preços dos alimentos.

A atual seca no Sahel e no corno de África é a mais grave dos últimos 40 anos e há receios de que o número de pessoas em risco iminente de fome aumente nas próximas semanas, causando mortes, uma onda de deslocação e conflitos sobre os poucos pastos que restam.

Griffiths disse que a necessidade mais urgente é de financiamento para entregar dinheiro aos pastores, antes que acabem por vender os seus últimos animais restantes e mudem as suas famílias, à procura de comida e água.

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