Na sequência das sanções impostas à Rússia devido à guerra na Ucrânia, a AerCap Holdings, a maior proprietária aeronáutica do mundo, perdeu 113 aviões para o país, que os apreendeu.

Reportagem multimédia em Andriivka. Radiografia de uma aldeia sob ocupação russa durante 30 dias

Isto porque as sanções de vários países exigiram que as empresas internacionais de leasing saíssem da Rússia até o final de março. Pelo menos 79 aeronaves foram recuperadas, contudo as que lá ficaram estão a ser nacionalizadas.

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Ficando ainda sem 11 motores, a AerCap Holdings conseguiu recuperar 22 jatos e três motores antes de terem ficado nas mãos de Moscovo e já acionou o seguro para tentar recuperar as aeronaves confiscadas — só que algumas dessas reclamações são feitas junto de companhias de seguros russas.

Possuindo, no total, 1.624 aeronaves — número superior a qualquer empresa da área — os aviões perdidos para a Rússia representam menos de 5% do valor líquido da frota da Aercap, que cresceu durante a pandemia ao comprar a empresa de leasing rival GECAS da General Electric (GE).

A gigante de leasing de aviões com sede na Irlanda teve de reconhecer uma perda extraordinária de 2.7 mil milhões de dólares (cerca de 2.6 mil milhões de euros), o que a levou a reportar um prejuízo de dois mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) em vez do lucro de 500 milhões de dólares (cerca de 476 milhões de euros) que poderia ter feito. Porém, os executivos da empresa têm boas expetativas para o futuro, à medida que as restrições de combate à Covid-19 diminuem.

Em todas as nossas linhas de negócios, estamos a ver uma procura crescente, maior utilização dos nossos ativos e a melhoria da saúde financeira dos nossos clientes”, salvaguardou o CEO Aengus Kelly em declarações a analistas, citadas pela CNN.

Aliás, as ações valorizam 6% na tarde após o anúncio do relatório.

Richard Aboulafia, diretor administrativo da AeroDynamic Advisory, sublinhou à CNN que a Aercap consegue enfrentar esta perda financeira que parece ser definitiva. É que mesmo que a guerra terminasse e as sanções fossem suspensas, os aviões deixaram de ter a certificação aos olhos dos reguladores ocidentais da aviação, explicou.