O primeiro-ministro visitou esta sexta-feira o Estádio Nacional de Varsóvia onde está instalado o maior centro de acolhimento a refugiados, uma espécie de “loja do cidadão” que já recebeu cerca de 3,6 milhões de ucranianos.

Nos múltiplos balcões de atendimento montados no estádio pelas autoridades polacas, está disponível um folheto da Segurança Social portuguesa, escrito em ucraniano e em polaco, descrevendo com algum detalhe o tipo de apoios e respetivo valor em euros para quem decidir deslocar-se para Portugal.

Nesse folheto informativo, indica-se o valor mensal em euros que cada refugiado pode beneficiar em Portugal com o acesso a prestações sociais como o abono de família, apoios pré-natal, rendimento social de inserção, ou pensão social de velhice.

No final da visita, António Costa reiterou a promessa de solidariedade de Portugal em relação à Polónia no processo de acolhimento, instalação e encaminhamento de refugiados, sobretudo para os ucranianos que pretendam ficar em território polaco.

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O primeiro-ministro referiu que Portugal já recebeu 36 mil refugiados ucranianos, mas admitiu que, agora, o número “tende a estabilizar”.

“O nosso apoio humanitário dirige-se agora sobretudo à Polónia, país que está a fazer um esforço enorme. Transmitimos às autoridades polacas que Portugal vai disponibilizar bens até 50 milhões de euros — bens que têm de ser adquiridos em Portugal, de acordo com as regras europeias”, referiu o líder do executivo.

Tal como já tinha afirmado na manhã de sexta-feira, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro polaco, o apoio de Portugal será para a construção de casas pré-fabricadas, medicamentos, roupa ou sapatos.

“A Polónia ficou agora de elaborar a lista sobre as suas necessidades efetivas e procuraremos em Portugal adquirir esses bens que a Polónia está a precisar para a apoiar na resposta a esta brutal crise humanitária. A Polónia está neste momento a apoiar a construção de um conjunto de habitações temporárias já em território ucraniano para quem pretenda regressar”, observou.

António Costa admitiu que se verificam agora sinais “de confiança” por parte de ucranianos no sentido de regressarem ao seu país.

“A estabilização e a reconquista de partes do território ucraniano e o afastamento da guerra de algumas zonas tem criado condições para que um maior número de ucranianos regresse. Mesmo alguns que estiveram em Portugal já regressaram”, apontou.

No entanto, o primeiro-ministro realçou também que muitas áreas ficaram “completamente devastadas” na guerra com a Rússia e, como tal, “terão de ser reunidas condições para a reconstrução”.

“Estamos disponíveis para receber mais refugiados, mas temos de ter a noção que o nosso esforço é uma pequena gota no oceano perante o esforço que um país como a Polónia está a fazer. É nosso dever sermos solidários, assim como no passado fomos com a Grécia, com a Itália, Malta e Chipre”, acrescentou.