O chefe dos serviços secretos ucranianos, Kyrylo Budanov, disse, esta sexta-feira, que o Presidente russo, Vladimir Putin, está num “beco sem saída”: “Ele não consegue parar a guerra e não a consegue vencer”. “Ele não consegue vencer por razões objetivas”, afirmou, sendo que, para parar a guerra, o chefe de Estado da Rússia teria de “reconhecer que a Rússia não é forte nem um grande Estado como quis retratar”. 

Numa entrevista ao Wall Street Journal, Kyrylo Budanov referiu que isso terá implicações na Rússia. Se a população do país “finalmente entender que o czar não é tão grande como finge ser”, isso vai representar um “passo para a destruição do que é hoje a Rússia”. 

“Estou estupefacto com a estupidez russa”, reconheceu o responsável ucraniano, explicando que antes da guerra Vladimir Putin tinha “várias opções”. O Presidente russo escolheu a “mais brutal e a pior” e decidiu invadir a Ucrânia. “Os especialistas russos avisaram-no repetidas vezes de que esta teria de ser a última opção”, salientou Kyrylo Budanov.

Sobre o final da guerra, o chefe dos serviços secretos ucranianos foi claro. A Ucrânia apenas aceita uma solução que restitua as fronteiras ucranianas definidas em 1991, ano em que se tornou um país independente — e isso implica a administração ucraniana da Crimeia e de Donbass.

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Questionado sobre a possibilidade de haver um frozen conflict (conflito congelado) na Ucrânia, Kyrylo Budanov garantiu que os ucranianos não deixarão que tal aconteça: “Esta é uma guerra de todos os ucranianos”. “Se alguém no mundo pensa que pode ditar à Ucrânia as condições sob as quais pode ou não defender-se, então eles estão muito enganados”, disse.

De acordo com Kyrylo Budanov, a Ucrânia já começou uma contra-ofensiva “em alguns pontos do país”, mas reconheceu que uma de larga escala sem armas mais poderosas “será muito difícil”.

Chefe da secreta militar ucraniana assegura: Vladimir Putin “está muito doente” com cancro

Na semana passada, o chefe dos serviços secretos ucranianos assegurou que Vladimir Putin está “muito doente” com cancro: “Está numa condição física e psicológica muito má”, antecipando uma mudança no cargo presidencial.