A entrevista com estudantes será transmitida apenas este domingo, mas já no sábado surgiu a visão de Christine Lagarde sobre os criptoativos.

“A minha humilde avaliação é a de que não valem nada. Não se baseiam em nada, não há ativos subjacentes para atuar como âncora de segurança”, declarou a presidente do BCE, nos Países Baixos, no programa de televisão College Tour, onde em tom de brincadeira até declarou que há banqueiros centrais que até são divertidos para acrescentar de seguida: “Não muitos”.

Num pequeno clip de promoção ao programa é ainda revelada a resposta sobre a possibilidade de Putin cortar o gás à Europa: “Temos de nos preparar para o pior”.

Mas os jornais internacionais concentraram-se noutra afirmação de Lagarde que não está nesse vídeo. A sua posição sobre os criptoativos. Não valem nada, disse, acrescentando ter, aliás, alertado sempre que estes ativos são “altamente especulativos e com muito risco”. Garantiu nunca ter investido em criptoativos, mas admitiu que o seu filho já o tinha feito — com pouca sorte, segundo citou o Politico, e contra as suas recomendações: “É um homem livre”, declarou, citada pelo El Economista.

Lagarde mostrou preocupação por quem não entende os riscos e perdem tudo, pelo que “acredito que deve ser regulado”.

As garantias por detrás das moedas digitais é aliás um dos temas que pode merecer a atenção dos reguladores, nomeadamente depois da queda da Terra (UST), que era uma stablecoin, garantida por uma outra criptomoeda criada pelo mesmo fundador – Luna.

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O euro digital, assegurou, será diferente. “No dia em que tivermos uma moeda digital de um banco central, um euro digital, eu garanto-a. Os bancos centrais estarão por trás dessa moeda. Há uma grande diferença face a estas coisas”.

Sobre a política monetária, Lagarde voltou a sinalizar a subida das taxas do BCE em julho, depois de terminado o programa de compras pandémico. Mas, segundo o Politico, deixou a pretensão de avançar apenas numa subida de 25 pontos base e não de 50, como já se sugeriu.

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