O hospital de São João, no Porto, não vai afinal elevar o nível do plano de contingência para a Covid-19, pelo menos para já. Apesar de o número de doentes internados ter aumentado durante o fim de semana, o hospital decidiu manter, para já, o nível de alerta em que já estava (nível dois, de um total de quatro).

Segundo um comunicado emitido pelo Centro Hospitalar Universitário de São João, graças a um “elevado esforço de gestão e planeamento de camas e recursos humanos”, o nível do plano de contingência não será elevado.

Não é, no entanto, uma opção que esteja totalmente descartada: “Será revista a necessidade durante a semana“, acrescenta o mesmo comunicado.

A decisão é anunciada cinco dias depois de o centro hospitalar ter adiantado à Lusa que estava a equacionar ativar o nível três do plano de contingência, graças ao aumento do número de casos e a uma “elevadíssima afluência” às urgências. Essa medida poderia ter implicações como alterações nas cirurgias programadas, uma vez que se colocaria a necessidade de alocar mais camas a doentes com Covid-19, e a interrupção de “até 20% da atividade programada”.

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Covid-19. Hospital S. João avalia até ao final da semana ativação do nível 3 do plano de contingência e pede novas medidas

Nessa altura, o São João tinha 80 doentes internados com Covid-19, tendo então aberto mais uma enfermaria, uma vez que a área destinada a estas infeções já estava totalmente ocupada.

Agora, o número de doentes até aumentou, estando 104 doentes internados, 11 dos quais em cuidados intensivos, lê-se no mesmo comunicado. Mas há uma diferença que terá sido relevante para esta decisão: se na semana passada se registava uma “elevadíssima afluência aos serviços de urgências, com uma taxa de positividade acima dos 40% em doentes com queixas respiratórias”, agora as urgências estão menos entupidas.

“A afluência aos serviços de urgência diminuiu durante o fim‑de‑semana, apesar de uma taxa de positividade à Covid-19 de 55% no sábado e 43% no domingo, nos doentes com queixas respiratórias”, lê-se no comunicado desta segunda-feira.

Na semana passada, o hospital tinha ainda assinalado mais uma complicação: haveria, transmitiu a administração à Lusa, “imensos profissionais de saúde” ausentes, por também eles estarem infetados. Nelson Pereira, diretor dos cuidados intensivos do São João, pedia aliás nessa altura “medidas extraordinárias” como a “generalização do acesso aos atos” (que passaram esta segunda-feira a ser comparticipados mediante prescrição do SNS).