A presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, apelou nesta segunda-feira à paz entre israelitas e palestinianos, durante um discurso no parlamento de Israel (Knesset).

“A paz é o único caminho a seguir. É a única maneira de os israelitas e os palestinianos viverem com segurança e prosperidade“, disse Metsola, que enfatizou que o PE vai oferecer “todos os recursos à sua disposição” ao serviço deste objetivo.

“O Parlamento Europeu apoia firmemente o processo de paz no Médio Oriente. Apoiamos uma solução de dois Estados, com segurança para o Estado de Israel e um Estado Palestiniano independente, democrático, contíguo e viável, que convivam em paz e segurança”, acrescentou, reiterando a habitual posição da União Europeia e de parte significativa da comunidade internacional.

Na mesma linha, Metsola referiu-se aos Acordos de Abraham, graças aos quais Israel estabeleceu recentemente relações diplomáticas com três Estados árabes, e disse que “poderiam ter parecido inconcebíveis há pouco tempo, mas demonstraram que a história não tem sempre de se repetir. Que o ciclo pode quebrar-se“.

A presidente do PE, que foi interrompida com gritos em várias ocasiões por deputados de diferentes partidos, referiu-se também, no seu discurso, à luta contra o antissemitismo.

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O discurso de Metsola foi feito no quadro da sua primeira visita a Jerusalém desde que está no cargo, em viagem que se prolonga na terça-feira inclui reuniões, da parte israelita, com o primeiro-ministro, Naftali Benet, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yair Lapid, e o presidente, Isaac Herzog, e, do lado palestiniano, o presidente da Autoridade Nacional, Mahmud Abbas, durante uma breve visita à cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Durante o seu discurso, Metsola não se referiu à decisão do governo israelita de negar a entrada no país ao eurodeputado espanhol Manu Pineda, que deveria ter começado nesta segunda-feira uma visita à região como presidente da delegação do PE para as Relações com a Palestina.

Apesar de Metsola ter dito, através da sua conta da rede social Twitter, que “lamenta a decisão” e que “colocaria a questão diretamente às autoridades competentes”, o seu discurso não incluiu qualquer referência ao tema.

Pineda, do partido Izquierda Unida (IU) e com uma posição muito crítica da ocupação israelita dos territórios palestinianos, realçou, no domingo, que “Israel está a bloquear o trabalho do Parlamento Europeu” e apontou que a sua missão “tinha previsto reunir-se com as autoridades palestinianas e a sociedade civil, para ver as consequências da ocupação na vida quotidiana na população palestiniana” e “os efeitos das políticas de cooperação da União Europeia”.