A Agenda do Trabalho Digno, que prevê várias alterações à lei laboral, não vai obter o acordo da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, disse esta quarta-feira o seu presidente, António Saraiva, à saída da reunião da Concertação Social.

“O Governo trouxe-nos aqui aquele que será o documento final da Agenda do Trabalho Digno”, começou por dizer aos jornalistas o presidente da CIP, que saiu ainda antes de a reunião com o Governo acabar.

“É um documento para o qual o Governo não procurou acordo, não procurou consenso até porque o único acordo que o Governo procurou foi, ainda no Governo anterior, com os seus parceiros parlamentares na altura”, sublinhou António Saraiva.

Segundo indicou, das 70 medidas que integram o documento, “a CIP elencou 10 como linhas vermelhas, que de todo eram inaceitáveis” e por isso “o documento não pode merecer” a concordância da confederação.

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Dessas “linhas vermelhas” traçadas pela CIP o Governo acolheu quatro, mas para a confederação não foi suficiente, sobretudo numa altura em que a economia “está a responder positivamente”, considerou Saraiva, acrescentando, no entanto, estar disponível para, em sede de negociação coletiva, incorporar “algumas das medidas”.

“Era sensato que o Governo retirasse muito do conteúdo deste documento e se cingisse a esta realidade que ele próprio confirma nos dados que apresenta desta melhoria gradual do mercado de trabalho”, defendeu o líder da CIP.

Também à entrada da reunião, em declarações aos jornalistas, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) reiteraram esta quarta-feira que, caso o Governo mantenha, tal como está, a Agenda do Trabalho Digno, não darão o acordo ao documento.