O 91.º dia de guerra começou com ataques aéreos russos a várias cidades ucranianas, nomeadamente Zaporíjia, Kryvyi Rih, Kramatorsk. No mesmo dia, as tropas ucranianas reivindicaram o ataque a um armazém, que terá resultado na morte de 180 soldados russos e a destruição de 19 equipamentos militares.
O que aconteceu esta tarde e noite?
- O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou duramente as palavras do veterano da política norte-americana, Henry Kissinger. “Não importa o que o Estado russo faça, há sempre alguém que diz: vamos levar em consideração os interesses russos”.
- O Presidente russo, Vladimir Putin, aumentou os salários mínimos e as pensões, rejeitando que as dificuldades estejam relacionadas com Ucrânia.
- Esta quarta-feira, de acordo com as autoridades ucranianas, morreram cinco pessoas e outras 12 ficaram feridas na região do Donbass.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a Rússia está a atentar chantagear o mundo com o bloqueio das exportações de cereais da Ucrânia.
- As autoridades russas confirmaram que o porto de Mariupol foi “limpo de todas as suas minas” e que terá retomado as suas atividades.
- A Ucrânia está a ficar sem espaço para armazenar os grãos de cereais da próxima época de colheitas.
- O primeiro-ministro da Bielorrússia afirmou esta terça-feira que o país estaria a fornecer armas à Rússia.
- Os soldados ucranianos da Azovstal poderão ser apenas trocados após serem julgados na Rússia, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Rudenko.
- O ministro das Finanças russo confirmou que a Rússia vai pagar a dívida pública denominada em dólares, em rublos, depois de a exceção que permitiu o país de leste manter o pagamento em dólares ter terminado esta quarta-feira.
- O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, afirmou que não seriam levantadas quaisquer sanções à Rússia para que esta desbloqueasse a saída de cereais dos portos da Ucrânia.
- O governo russo está a preparar medidas contra os media de língua inglesa como resposta às “ações hostis” de vários países em relação aos media russos.
- A Suécia não está a financiar nem a dar armas a organizações terroristas, afirmou a primeira-ministra do país, Magdalena Andersson. “Não estamos a enviar dinheiro para organizações terroristas, e claro, nem armas”, disse numa conferência de imprensa em Estocolmo.
O que se passou nas últimas horas?
- No habitual vídeo divulgado por Volodymyr Zelensky todas as noites, o Presidente ucraniano lembrou que o país foi invadido pela Rússia há três meses, no dia 24 de fevereiro. “Foram três meses de crimes de guerra dos ocupantes russos. Três meses dos seus ataques aéreos, destruição e bloqueios”, descreveu o líder da Ucrânia. Apesar de dizer muitas vezes que a Ucrânia não vai desistir, neste discurso Zelensky admitiu que seria uma “declaração inadequada” acreditar que a Rússia está a abrandar.
- Já esta manhã, no segundo dia do Fórum Económico Mundial em Davos, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse só estar disposto a negociar diretamente com Vladimir Putin e dispensa todos os intermediários — as negociações foram sempre levadas a cabo por comitivas dos dois países, mas nunca pelos chefes de Estado.
- As primeiras horas da madrugas na Ucrânia foram marcadas por vários ataques aéreos russos em território ucraniano. A cidade de Zaporíjia foi atingida por quatro mísseis depois de o alerta de ataque aéreo ter soado. Morreu pelo menos uma uma pessoa e há três feridos. A cidade de Kryvyi Rih, na região de Dnipropetrovsk, também foi atingida com três mísseis.
- Durante a manhã, foi ainda atingida uma área residencial em Kramatorsk, na região de Donetsk. O autarca de local revelou que foram atingidos vários edifícios residenciais, que ficaram destruídos ou danificados.
- O governador de Lugansk afirmou que a situação “está à beira de ser crítica” e que a região do leste da Ucrânia “é agora como Mariupol”, admitindo que se trata do “momento mais difícil nos oito anos da guerra”, disse Serhiy Haidai, referindo-se ao início do conflito com os separatistas apoiados pela Rússia, em 2014.
- O grupo operacional e tático “leste” do Exército ucraniano reportou a morte de pelo menos 180 soldados russos e 19 equipamentos militares destruídos no dia 24 de maio, durante um ataque a um armazém onde estavam elementos das tropas russas.
- Os últimos dados da Procuradoria-Geral da República ucraniana revelam que desde a invasão russa à Ucrânia já morreram pelo menos 238 crianças e 433 ficaram feridas.
- O Parlamento russo aprovou um projeto de lei que permitirá ao governo nomear uma nova administração para empresas estrangeiras que se retiraram da Rússia após a invasão da Ucrânia. De acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, a nova lei permitirá a transferência do controlo de empresas que abandonaram a Rússia não por razões económicas, mas por causa do “sentimento antirrusso na Europa e nos EUA”.
- O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Rússia exigiu o levantamento das sanções impostas a Moscovo como condição para se evitar a crise alimentar mundial. Andrei Rudenko diz que Moscovo está disponível para abrir corredores humanitários para o transporte de cereais a partir da Ucrânia, por exemplo.
- O governo britânico aprovou a venda do Chelsea a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly, ainda detido pelo russo Roman Abramovich, alvo de sanções no âmbito da invasão russa à Ucrânia. “Estamos seguros de que o resultado da venda não beneficiará Roman Abramovich ou outros indivíduos sancionados”, garantiu uma governante.