Autoridades da polícia do estado brasileiro do Rio de Janeiro detiveram esta quinta-feira nove polícias militares suspeitos de sequestrarem criminosos, realizarem tortura e pedirem e receberem pagamento de resgate para libertar os criminosos, anunciou o Ministério Público.

Ao todo, 11 polícias eram procurados por corrupção, tortura, peculato e concussão — quando um funcionário público usa o cargo para obter vantagens indevidas – nesta ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Corregedoria da Polícia Militar, nomeada Operação Mercenários.

Segundo um comunicado do MPRJ, além das prisões, estão a ser cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em moradas ligadas aos denunciados.

Os mandados de prisão e busca e apreensão foram emitidos pelo Juízo da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

As autoridades brasileiras informaram que as investigações tiveram início a partir da análise de dados do telemóvel de um suspeito que foi apreendido durante a operação Gogue Magogue, realizada em agosto de 2020 para desmantelar um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na comunidade Asa Branca, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

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“A partir dos dados extraídos do aparelho, verificou-se que polícias militares do GAT (Grupamento de Ações Táticas), do 24.º Batalhão da Polícia Militar, e na P2 (Secção de Informações da Polícia Militar) do 21.º BPM, valendo-se da função desempenhada nos batalhões, integraram organização criminosa para cometer os crimes citados”, afirmam os investigadores.

“Quando o acerto não era realizado, os denunciados realizavam atos de violência, através de extorsões, torturas e homicídios, além de desviar parte ou a totalidade de materiais ilícitos apreendidos que, muitas vezes, nem sequer eram apresentados à autoridade policial”, acrescentou o MPRJ.

A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que está a colaborar com as investigações.