O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, considerou esta quinta-feira que o plano de paz para a guerra na Ucrânia proposto pela Itália não é “sério”.

O chefe da diplomacia russa disse também que só conhecia o conteúdo através da comunicação social, uma vez que o texto não tinha sido comunicado a Moscovo.

O vice-ministro e adjunto de Lavrov, Andrei Rudenko, disse na segunda-feira que tinha recebido a proposta italiana e que estava a ser estudada.

“Fala sobre a Crimeia [a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014] e o Donbass [que reúne as áreas sob controlo de separatistas pró-russos, Donetsk e Lugansk] como pertencentes à Ucrânia com ampla autonomia”, disse Lavrov numa entrevista aos meios de comunicação estatais russos RT, divulgada esta quinta-feira.

“Os políticos sérios que querem resultados não podem propor coisas como esta, aqueles que o querem são aqueles que se querem promover perante o seu eleitorado”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, numa aparente referência ao seu homólogo italiano, Luigi Di Maio.

O governante italiano anunciou há uma semana que o seu país tinha proposto às Nações Unidas a constituição de um “grupo internacional de facilitação” para tentar alcançar “passo a passo” um cessar-fogo na Ucrânia.

Os pormenores deste plano não foram publicados, mas segundo o diário italiano La Repubblica, o documento apresentado à ONU prevê quatro etapas: um cessar-fogo na Ucrânia e a desmilitarização da frente sob a supervisão da ONU; negociações sobre o estatuto da Ucrânia, que aderiria à União Europeia mas não à NATO; um acordo bilateral entre a Ucrânia e a Rússia sobre a Crimeia e a região do Donbass, que seria autónomo mas sob soberania ucraniana, e, por fim, a conclusão de um acordo multilateral de paz e segurança na Europa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR