O líder da região separatista russófona de Donetsk, leste da Ucrânia, indiciou esta quinta-feira que diversos combatentes ucranianos ainda podem estar escondidos no complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, e após Moscovo ter declarado o fim da operação.

Podem estar escondidos (…) Podem ter-se perdido, deixados para trás” pelos que se renderam e foram capturados, admitiu Denis Pushilin.

Em 20 de maio, os responsáveis militares russos declararam Azovstal e toda a cidade de Mariupol “completamente libertada” e referiram que 2.439 homens e mulheres abandonaram a última bolsa da resistência ucraniana nesta estratégica cidade.

Pushilin disse que os ucranianos que eventualmente decidiram permanecer foram esquecidos no interior do complexo fabril e não constituem uma ameaça para as forças russas.

Responsáveis oficiais russos indicaram que o vasto complexo siderúrgico está a ser desminado. Pushilin disse que apenas será possível confirmar a presença de combatentes ucranianos após o final do processo de desminagem, da limpeza das instalações e de uma minuciosa inspeção do local.

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“Infelizmente, alguns dos sapadores já foram feridos”, disse. “Existem muitas armadilhas, e nessa perspetiva a limpeza das minas é essencial”.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.