As novas autoridades russas estabelecidas na cidade ucraniana de Mariupol decidiram estender o atual ano letivo nos próximos meses para submeter os alunos ucranianos a um novo “currículo russo”, disse um conselheiro do poder local, esta terça-feira.
As novas autoridades russas estabelecidas na cidade ucraniana de Mariupol decidiram estender a este território o ano letivo para submeter os alunos ucranianos a um novo “currículo russo”.
Mariupol está sob domínio militar da Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Rússia ataca mais de 40 povoações no Donbass. Batalha de Severodonetsk pode estar por horas
Petro Andriushchenko, conselheiro do autarca ucraniano desta cidade costeira do sul da Ucrânia, fez o alertou esta quinta-feira na rede social Telegram, garantindo que os “inimigos russos” estão a tentar “desucranizar” as crianças do país.
Os ocupantes anunciaram a extensão do ano letivo até 1 de setembro. Não há férias. O seu principal objetivo é ‘desucranizar’ as crianças em idade escolar e prepará-las para o currículo russo que terão que assumir no próximo ano letivo”, disse o conselheiro municipal.
Durante todo o verão, as crianças terão que estudar língua, literatura, história e matemática em russo, explicou.
“Os ocupantes planeiam abrir nove escolas. No entanto, até agora, só conseguiram encontrar 53 professores. O que significa seis professores por escola — esta é uma boa ilustração da educação russa em Mariupol sob ocupação da Rússia”, afirmou Andriushchenko.
O Exército russo implanta as suas administrações e sistemas de organização nas regiões ucranianas que ocupa desde que a invasão da Ucrânia começou em 24 de fevereiro, segundo as autoridades de Kiev.
Mariupol, na costa do Mar de Azov, foi a última cidade importante a ser conquistada militarmente pelos russos após um longo cerco que deixou a cidade praticamente destruída e a sua população esgotada, mergulhada numa grave crise humanitária.
Apesar de terem perdido o controlo da cidade, alguns ex-políticos e funcionários de Mariupol, como Andriushchenko, continuam a escrever mensagens em suas redes para relatar a situação na cidade.