Os vencedores do Prémio Nacional Jovens Criadores 2021 ainda não receberam o valor pecuniário do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e dizem que é “vergonhoso” e que se sentem “enganados”.

Em declarações por escrito enviadas esta quarta-feira à agência Lusa, fonte oficial do Instituto Português do Desporto e Juventude informou que está “a decorrer a ação administrativa para concluir o processo de transferência do valor pecuniário dos prémios relativos aos vencedores do Concurso Nacional de Jovens Criadores 2021”.

“É a estimativa do IPDJ que a situação fique completamente regularizada no prazo de duas semanas”, acrescenta a mesma fonte.

Em declarações à agência Lusa, Sofia Calvete, 24 anos, residente em Viana do Castelo e a trabalhar no Porto, vencedora do Prémio Nacional Jovens Criadores 2021 na categoria de fotografia, revela que, até ao momento, não recebeu qualquer prémio, que foi anunciado em novembro de 2021.

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“Tenho a certeza que vou receber o prémio, porque o IPDJ e a Fundação da Juventude não podem anunciar um prémio e depois não o entregar, mas os jovens portugueses são negligenciados. Não me espanta este atraso vergonhoso. O IPDJ e a Fundação da Juventude estão a empatar e a atirar responsabilidades uns para os outros”.

Catarina Monteiro, 23 anos, vencedora 1.º Prémio de Artes Plásticas do Concurso Nacional de Jovens Criadores 2021, residente em Lisboa, antiga estudante da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, também relata que não recebeu qualquer pagamento relativo ao prémio desde novembro de 2021.

“O IPDJ não dá quaisquer respostas a estes jovens, [um total de 15] e vai continuando a promover novas iniciativas da mesma natureza”, lamenta a premiada, afirmando que se sente “enganada”.

“É uma falta de consideração que nos estejam a dizer há mais de cinco meses que nos vão pagar”, declara Catarina Monteiro, recordando que enviou um email a 8 de abril para a direção regional Instituto Português da Juventude (IPDJ), e que responderam dizendo que estavam “solidários com a situação”, “que lamentavam”, e que o email iria “seguir para o Conselho Diretivo do IPDJ”.

Contactada telefonicamente pela Lusa, a presidente executiva da Fundação da Juventude, Carla Mouro, explicou que o concurso aconteceu em finais de novembro e que, na altura, foram anunciados os vencedores. Depois foi dito aos vencedores que iriam receber os valores.

“Como o Governo caiu e o orçamento não foi aprovado, informámos os jovens sobre esse atraso”, acrescentou Carla Mouro.

Ainda segundo Carla Mouro, foi decidido que seria o IPDJ a ficar com a responsabilidade de proceder ao pagamento diretamente aos jovens, sem que a Fundação da Juventude tivesse de interceder.

“Nunca houve falta de informação aos jovens da parte da Fundação da Juventude, que inclusivamente informou em abril transato que seria o IPDJ a entregar os prémios”, acrescentou Carla Mouro.

O concurso estatal existe há mais de 30 anos e dá oportunidade a jovens criadores em 15 áreas artísticas. Joana Vasconcelos, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, Maria Gambina são alguns dos antigos premiados das anteriores edições, descreve Carla Mouro.

Em declarações por escrito enviadas à Lusa, fonte oficial do Instituto Português do Desporto e Juventude informou que está “a decorrer a ação administrativa para concluir o processo de transferência do valor pecuniário dos prémios relativos aos vencedores do Concurso Nacional de Jovens Criadores 2021.

“É a estimativa do IPDJ que a situação fique completamente regularizada no prazo de duas semanas”, acrescenta a mesma fonte.