Genivaldo de Jesus Santos parou numa operação de fiscalização de trânsito e acabou por morrer dentro da mala do carro de dois agentes da Polícia Rodoviária Federal que mandaram gás lacrimogéneo lá para dentro. O caso está a gerar polémica no Brasil, sobretudo na cidade de Umbaúba, onde morreu o homem de 38 anos. O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado já informou que esta morte será investigada — foi aberto um processo pelo Ministério Público e os dois polícias foram afastados das suas funções.

Os relatos dão conta de que Genivaldo Santos circulava de mota sem capacete e, por isso, foi mandado parar pelas autoridades. E há aqui um pormenor, que é indicado pelo sobrinho da vítima, Wallyson de Jesus, que terá assistido a tudo: Genivaldo sofria de esquizofrenia. De acordo com o jornal brasileiro O Globo, os dois polícias revistaram o homem, encontraram os comprimidos nos seus bolsos e este terá ficado nervoso, questionando os agentes sobre o que teria feito de errado.

Os dois agentes colocaram então Genivaldo na bagageira do carro, como é possível ver através dos vídeos que foram gravados e colocados nas redes sociais. Mas antes disso, explicou o sobrinho, o homem foi amarrado e agredido. Nas imagens divulgadas, é possível ver as pernas do homem, quando este já estava dentro do carro, e os polícias a tentar fechar a porta.

Genivaldo terá oferecido resistência quando foi fechado no carro e os agentes lançaram gás lacrimogéneo, através de uma granada, para dentro do porta-bagagens. O homem morreu naquele momento e a autópsia indicou, segundo escreve a Folha de S. Paulo, que a morte foi causada por asfixia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Ministério Público determinou a abertura de um processo para investigar as circunstâncias em que Genivaldo perdeu a vida, mas a Polícia Rodoviária Federal já divulgou a sua versão daquilo que terá acontecido. “Devido à reiterada desobediência aos comandos legais emanados pelo agente e em função da agitação do abordado, tornou-se necessário realizar a sua contenção”, explicou.

Os jornalistas questionaram Bolsonaro sobre o que aconteceu na cidade de Umbaúba, mas o Presidente do Brasil apontou para a morte de dois agentes, que perderam a vida ao abordarem uma pessoa, que terá disparado uma arma de fogo.

O caso fez recordar a história de George Floyd, o afro-americano de 46 anos que morreu em 2020, nos Estados Unidos e que deu origem a uma violenta onda de contestação. O agente Derek Chauvin imobilizou Floyd com o joelho no seu pescoço e o homem acabou por morrer asfixiado.

Um dos polícias que assistiu à morte de George Floyd declarou-se culpado