O secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, rejeitou esta sexta-feira que seja necessário tomar novas medidas para controlar a pandemia da Covid-19, apelando à “responsabilidade individual” para contrariar o aumento de casos.

Covid-19. Governo prolonga situação de alerta até 30 de junho mas não altera medidas

Perante a inexistência de óbitos, perante a redução de casos em termos de internamentos em cuidados intensivos, não se afigura necessário tomar outras medidas. Se for necessário, tomaremos. Nesta fase, não”, afirmou.

O secretário do executivo PSD/CDS-PP/PPM falava esta sexta-feira aos jornalistas em Ponta Delgada à margem da Jornada de Reflexão sobre Novas Substâncias Psicoativas, organizada pela Polícia Judiciária e que decorreu na Universidade dos Açores.

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O governante lembrou que a análise do executivo sobre a situação pandémica “não decorre tanto do número de casos”, nem “do índice de transmissibilidade”, mas “fundamentalmente do número de óbitos e dos internamentos em cuidados intensivos”.

Os Açores estão neste momento com a maior taxa de incidência registada no país, em função de um valor superior a 960 casos por 100 mil habitantes em 14 dias, segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Clélio Meneses realçou que a “pandemia não acabou” e afirmou que o Governo Regional vai “continuar a acompanhar a situação”.

“O que temos vindo é referir, desde o início, é que a responsabilidade individual é o caminho e, agora, sem dúvida que é. A responsabilidade de cada um na identificação dos seus sintomas, de perceber se precisa de cuidados médicos especiais ou precisa de algum tipo de apoio”, vincou.

Na quinta-feira, Ponta Delgada, o Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que já tem mais de 50 camas destinadas a doentes com Covid-19, anunciou a suspensão das visitas aos pacientes internados.

Na base desta decisão está o aumento dos números de casos na ilha de São Miguel.

Questionado sobre a suspensão das visitas naquela unidade, Clélio Meneses afirmou que cada hospital define os próprios procedimentos, “de acordo com a realidade geográfica que abrange” e o respetivo plano de contingência.

“Não se pode querer comparar aquilo que é uma decisão de um hospital, unidade de saúde ou de um lar, com aquilo que é a abordagem geral relativamente à pandemia. São circunstâncias diferentes”, advogou.

De acordo com o mais recente boletim da Autoridade de Saúde Regional, a região conta com 4.546 casos ativos de infeção.

Segundo a mesma entidade, já foram administradas nos Açores 554.665 doses da vacina contra a Covid-19.

Têm vacinação primária completa na região 217.156 pessoas (91,8%) e já receberam a vacinação de reforço 124.307 pessoas (55,6%).

Desde o início da pandemia foram identificados nos Açores 93.180 casos de infeção pelo SARS-CoV-2, tendo ocorrido 88.191 recuperações e 111 óbitos.