Uma mulher diz ter sido detida pela polícia norte-americana quando se reuniu com outros encarregados de educação junto à Escola Primária Robb (onde um atacante matou 19 crianças e duas professoras na passada terça-feira), enquanto esperavam notícias sobre o paradeiro dos seus filhos.

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Angeli Rose Gomez, mãe de duas crianças — uma no 2.º ano e outra no 3.º —, descreveu ao The Wall Street Journal que foi algemada por agentes da polícia quando Salvador Ramos, o atacante, ainda estava no interior da escola. A detenção aconteceu quando Angeli tentou trepar uma cerca para resgatar os dois filhos.

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De acordo com a mulher, um agente federal anunciou a Angeli que estava detida por intervir numa investigação ativa. Por esta altura, a multidão de pais que se juntou na escola primária já apelava em desespero à polícia para entrar na sala de aula e travar o atacante. Isso só aconteceu uma hora depois.

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Angeli só foi libertada depois de ter conversado com agentes da polícia de Uvalde que reconheceu no meio da multidão. Já sem algemas, a mulher afastou-se da multidão e subiu a cerca por outro lado. Entrou então na escola, encontrou-se com os dois filhos e voltou a sair.

Entretanto, um porta-voz do US Marshals Service negou que algum agente federal tenha feito detenções na escola no dia do ataque. “Os nossos delegados da polícia mantiveram a ordem e a paz no meio da comunidade aflita que se estava a reunir em redor da escola”, disse fonte oficial ao Wall Street Journal.

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A inação da polícia revoltou as famílias que se concentraram à porta da escola. “Eles estavam do lado de fora da cerca”, descreve Angeli, afirmando que os agentes “não estavam a fazer nada”: “Não estavam a entrar lá ou a correr para lado nenhum”.

São relatos que se repetem nas redes sociais e que se ouvem nos vídeos captados junto à escola momentos após o ataque. Um homem de 77 anos, cujo neto frequenta aquela escola, confirmou que os primeiros agentes não entraram imediatamente na escola: “Estavam à espera de reforços porque não queriam entrar”, teoriza.