“O grande círculo”, de Maggie Shipstead, romance finalista do Booker, um novo livro de George Saunders e a estreia em Portugal da candidata chinesa ao Nobel da Literatura Can Xue são algumas novidades literárias de junho.

Finalista do Booker 2021 e finalista da edição a decorrer do Women’s Prize for Fiction, “O Grande Círculo”, editado pela Porto Editora, é um “romance monumental” que transporta o leitor por uma viagem através da Lei Seca e da Segunda Guerra Mundial, desde o Montana a Londres e até à Hollywood dos dias de hoje, seguindo a vida de uma audaciosa e temerária aviadora e os seus ecos durante esse século, descreve a editora.

A Porto Editora publica também neste mês “Baiôa sem data para morrer”, estreia literária do editor Rui Couceiro, que põe frente a frente duas gerações e dois mundos antagónicos, o urbano e o rural, bem como “A repartição do yin e do yang”, de Eduardo Mendoza, história que dá continuidade à iniciada em “O rei recebe” e que tem como ponto de partida a primavera de 1975 e os últimos meses do ditador espanhol Franco.

Na Livros do Brasil vai sair “Eclipse do Sol”, obra-prima de Arthur Koestler, originalmente publicada em 1940, que traça o retrato de um comunista revolucionário apanhado na perniciosa confusão dos pseudojulgamentos de Moscovo dos finais dos anos 1930.

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Outro dos destaques deste mês é a publicação inédita em Portugal da escritora chinesa Can Xue, apontada como uma das favoritas ao Nobel da Literatura em 2019, o mesmo ano em que foi nomeada para o Prémio Booker Internacional com o romance “O Amor no Novo Milénio”, que agora a Quetzal publica.

A mesma editora vai lançar também no mercado literário português o escritor grego radicado na Suécia Theodor Kallifatides, com a publicação de “Outra Vida Para Viver”, um livro de memórias que tenta estabelecer um nexo entre a vida e a obra do autor, enquanto reflete sobre questões contemporâneas da Europa, como a intolerância religiosa, os preconceitos contra imigrantes, as crises das cidades ou o estado de destruição da Grécia.

Ainda na Quetzal será publicado um romance do escritor e realizador de cinema francês Emmanuel Carrère, intitulado “Yoga”, bem como a tragédia dramática francesa “Fedra”, de Jean Racine, em versão bilingue, traduzida por Vasco Graça Moura, que marca o início da reedição de todas as suas traduções do teatro clássico francês pela editora.

O escritor norte-americano George Saunders, que venceu o Prémio Booker com o seu último livro (e primeiro romance, “Lincoln no bardo”), regressa à editora Relógio d’Água com o seu mais recente livro, “Nadar num lago à chuva”, um conjunto de ensaios, que desenvolvem algumas ideias resultantes das suas aulas de escrita criativa, a par com as histórias que estão a ser discutidas, de autores como Tchekhov, Tolstoi, Turgueniev e Gogol.

A editora planeia publicar também no próximo mês as “Cartas de Amor” de Virginia Woolf e Vita Sackville-West, “Casa”, de Marilynne Robinson, “Herbarium”, de Emily Dickinson, bem como novos livros do escritor coreano Byung-Chul Han, “Infokracia”, e do escritor chinês Yan Lianke – conhecido pelos romances satíricos que já lhe valeram a proibição de publicação na China -, “Os quatro livros”.

A escritora norte-americana Elisabeth Strout, vencedora do Prémio Pulitzer, regressa com “Oh, William!”, trazendo de volta a personagem Lucy Barton – protagonista dos romances “O meu nome é Lucy Barton” e “Tudo é possível” -, editada novamente pela Alfaguara.

Na mesma editora vai sair “O caso Alaska Sanders”, de Joël Dicker, sequela de “A verdade sobre o caso Harry Quebert” e “O livro dos Baltimore”.

A Companhia das Letras publica um novo romance de Andrea del Fuego, escritora brasileira distinguida com o Prémio José Saramago, intitulado “A pediatra”, e o mais recente romance de Hugo Gonçalves, “Coração dos homens”, que aborda os perigos do delírio ideológico e a vulnerabilidade da natureza humana.

Em tradução direta do russo, chega pela Cavalo de Ferro o romance “Sonechka”, de Ludmila Ulitskaya, uma narrativa sobre o destino de uma mulher, tendo como pano de fundo a História da Rússia no século XX — o regime soviético e o seu desmoronamento -, publicado originalmente em 1995.

Na mesma editora, sairá “A Idade da Pele”, da croata Dubravka Ugresic, livro de ensaios vencedor do Prémio Neustadt de Literatura que trata temas como a misoginia, a hipocrisia, o nacionalismo, os traumas da guerra, a cultura do consenso ou a memória.

A Dom Quixote publica “A Mais Breve História da China”, de Linda Jaivin, um livro que reúne em 15 capítulos toda a história daquele país, desde as dinastias antigas à superpotência moderna.

Na Bertrand Editora vai sair “O fim é o princípio”, de Chris Whitaker, um romance premiado e aclamado pela critica no Reino Unido, cuja ação se desenrola entre uma pequena cidade na costa da Califórnia e a vastidão do Montana, e que, a partir de um crime, se transforma num “épico americano”.

Na mesma editora sai “Depois”, mais um livro do mestre do ‘suspense’ Stephen king.

Entre os destaques da Guerra e Paz para o mês de junho, estão “Nas Montanhas da Loucura”, uma das principais obras de H. P. Lovecraft, “Eunice Muñoz: Fotobiografia”, com texto de Fátima Morais, um álbum patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian que colige todas as imagens dos momentos mais marcantes da obra da atriz e da sua vida em família, e ainda “Crónicas de Sebastopol”, de Lev Tolstoi, um livro que ganha atualidade por relatar os acontecimentos da Guerra da Crimeia de 1855, na qual o escritor foi tenente.

Pela primeira vez em português, um novo ensaio da ativista e ícone dos movimentos negro e feminista norte-americana Ângela Davis, “As Prisões Estão Obsoletas?”, vai ser publicado pela Antígona, que já anteriormente editou “A liberdade é uma luta constante”.

Outras novidades desta editora para o mês de junho são “A Fábrica do Absoluto”, de Karel Capek, traduzido diretamente do checo, com ilustrações do irmão do autor, retiradas da edição original, e prefacio de Mário de Carvalho, bem como o clássico feminista “Malina”, da escritora austríaca Ingeborg Bachmann.

A Gradiva publica “A desconhecida do Sena”, um romance dramático, que é também um ‘thriller’, ambientando no universo das seitas, que se tornou o romance mais vendido na Europa em 2021.

A editorial Presença destaca a publicação de “A mulher do viajante no tempo”, de Audrey Niffenegger, e de “A trama”, de Jean Hanff Korelitz.

Nas Edições 70 serão publicados este mês “Os Anormais”, de Michel Foucault, as suas famosas lições no Collège de France, e “Contra a Corrente”, de Roger Scruton.