O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai neste domingo visitar as famílias das vítimas do tiroteio em Uvalde, Texas, uma cidade revoltada pelo erro tático, assumido pelas autoridades policiais, que foi deixar o atirador fechado numa sala de aula enquanto as forças de segurança se mantiveram nos corredores e as crianças, no interior, pediam ajuda.

Foi o pior tiroteio escolar nos EUA na última década. Joe Biden irá visitar um memorial que já foi colocado na escola e, depois, vai encontrar-se com as famílias das vítimas – às quais se dirigiu logo no discurso que fez no dia do incidente.

Uma conselheira do partido democrático dos EUA, citada pela Reuters, diz que “Biden tem de se manter focado na dor e na perda daquelas famílias e daquela comunidade – e tem de compreender que todo este cenário é agravado pelo facto de ainda não sabermos exatamente o que é que aconteceu”. Karen Finney continua: “Quanto mais descobrimos sobre aquilo que aconteceu, mas parece que aquelas crianças não foram protegidas da melhor forma”.

Foi uma “má decisão” deixar crianças na sala de aula com Salvador Ramos durante 35 minutos, admitem autoridades do Texas

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Por outro lado, Biden está sob pressão para fazer alguma coisa para conter os episódios de violência com armas de fogo, nos EUA, desde logo no meio escolar. Igor Volsky, diretor da Guns Down America, defende à Reuters que “o Presidente tem agora uma grande oportunidade” de fazer mais quanto a isso, recomendando-lhe, por exemplo, que nomeie um czar para assumir a liderança dos esforços no sentido de pressionar o Congresso norte-americano a passar legislação que altere profundamente as regras vigentes.

Kamala Harris defende proibição de armas de fogo nos EUA

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, apelou no sábado à proibição de armas de assalto no país, após o tiroteio em que morreram esta semana 19 crianças e dois professores.

Kamala Harris fez aquele apelo em declarações à imprensa, depois do funeral de uma das vítimas de outro tiroteio nos EUA, que ocorreu em 14 de maio em Buffalo (estado de Nova Iorque) levado a cabo por um supremacista branco num supermercado numa área de maioria negra. “Sabemos o que funciona para resolver isso e a solução inclui a proibição de armas de assalto”, disse a vice-presidente dos EUA.

Uma das histórias que surgiram nos últimos dias é que houve uma mulher que terá sido detida pela polícia norte-americana quando se reuniu com outros encarregados de educação junto à Escola Primária Robb (onde um atacante matou 19 crianças e duas professoras na passada terça-feira), enquanto esperavam notícias sobre o paradeiro dos seus filhos.

Angeli Rose Gomez, mãe de duas crianças — uma no 2.º ano e outra no 3.º —, descreveu ao The Wall Street Journal que foi algemada por agentes da polícia quando Salvador Ramos, o atacante, ainda estava no interior da escola. A detenção aconteceu quando Angeli tentou trepar uma cerca para resgatar os dois filhos.

As mensagens no Facebook, o acidente de carro e o desfecho cruel: o cronograma do massacre em escola do Texas