Foi sequenciado pela primeira vez o ADN de uma pessoa que morreu durante a erupção do Vesúvio em Pompeia, no sul de Itália, em 79 a.C.. O material genético foi extraído do crânio de um homem soterrado em cinzas na Casa do Artesão, descoberta no sítio arqueológico em 1933.

De acordo com o estudo publicado na última quinta-feira na revista Nature, uma equipa de cientistas dinamarqueses analisou os restos mortais de um homem na casa dos 30 anos e de uma mulher com mais de 50 apanhados pelos piroclastos da grande erupção do Vesúvio.

O ADN foi retirado de partes do crânio dos indivíduos, mas só as amostras do homem ainda mantinham material genético suficiente para ser sequenciado. Descobriu-se que deveria sofrer de tuberculose vertebral, uma infeção bacteriana que atinge as vértebras e causa febre, fraqueza, dores e lesões na coluna.

Esta infeção, também conhecida como Mal de Pott, era endémica na região de Itália em 79 a.C.. Mas são raros os registos arqueológicos que revelam esta doença porque normalmente não deixa sinais nos ossos, explicou um dos autores do estudo ao Business Insider.

Além disso, os sintomas desenvolvidos por quem sofre de tuberculose vertebral podem ser suficientemente exuberantes para limitar a capacidade deste homem para fugir. A posição em que ele e a mulher foram encontrados sugere que “não tiveram tempo de fugir”.

Até agora, apenas tinha sido possível sequenciar partes do genoma de vítimas de Pompeia. Neste caso, acredita-se que o manto de cinzas que cobriu os cadáveres preservou o esqueleto e protegeu o ADN de fatores que podiam acelerar a sua deterioração.

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