Durante o Concorso d’Eleganza Villa d’Este, evento nas margens do Lago di Como em que a BMW esteve presente, a marca revelou o que planeia para o futuro, em termos de modelos. Mas foi mais longe, uma vez que Pieter Nota, o director do Grupo BMW (que inclui igualmente a Mini e a Rolls-Royce) para as Vendas e Marketing avançou com mais alguns dados importantes.

Em causa está o modelo de distribuição dos veículos do grupo alemão, que até hoje dependeu dos concessionários para determinar o preço, gerir os descontos, atender os clientes e vender-lhes o veículo da sua escolha, a que depois garantiriam a assistência. Segundo Nota, o grupo vai optar pela distribuição directa, à semelhança da decisão anunciada pela Mercedes, o que se pode traduzir por preços fixos e vendas online, controladas pelo construtor, com os concessionários a passarem a agentes e os vendedores a especialistas automóvel, não vocacionados para vender, mas sim para servir os clientes, ajudando-os e esclarecendo-os de todos os pormenores sobre os modelos.

A forma de comprar carro vai mudar radicalmente

Pieter Nota não especificou exactamente quando irá acontecer a alteração, tendo o Observador contactado a BMW Portugal, de onde recebeu uma informação similar: “o assunto está ainda em discussão e a ser tratado”. De recordar que além da Mercedes, também a Audi, o restante Grupo Volkswagen e a Stellantis vão aderir ao agenciamento, em 2022 ou 2023, consoante o caso.

O fabricante chama a si uma série de responsabilidades que tinham, até aqui, custos elevados para os concessionários, como a colocação das encomendas à fábrica, o pagamento dos carros ao construtor, a gestão dos stocks e os descontos aos clientes. O concessionário, agora convertido em agente, limita-se a realizar a entrega do veículo ao novo dono e coloca os seus especialistas a explicar tudo o que é necessário saber a propósito do veículo recém-comprado, por uma comissão que ronda 1/5 do valor anterior.

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