O presidente do Liverpool exigiu, esta terça-feira, um pedido de desculpas da ministra dos Desportos de França, que acusou os adeptos do clube de serem os responsáveis pelos incidentes ocorridos antes da final da Liga dos Campeões de futebol.

Numa carta divulgada pelo jornal Liverpool Echo, Tom Werner diz estar “indignado” com as afirmações de Amélie Oudéa-Castéra, que acusou o Liverpool de ter deixado os seus adeptos à solta na final da “Champions”, disputada no sábado, em Paris, ao invés do que fez o Real Madrid, o outro finalista, que “supervisionou a ida dos seus adeptos a Paris”.

Ministra francesa acusa Liverpool de ter deixado “adeptos à solta”

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A ministra dos Desportos e dos Jogos Olímpicos considerou ainda que os adeptos ingleses terão sido os principais responsáveis pela falsificação de bilhetes que marcou o evento.

Segundo a ministra, foram detectados cerca de 30.000 a 40.000 ingleses sem bilhetes, ou com ingressos falsos, situação que, garantiu, será investigada.

“Temos que perceber de onde vêm os bilhetes falsificados”, disse a governante, confirmando que, a pedido do Liverpool, a UEFA decidiu não usar a aplicação móvel para os ingressos.

Tom Werner considerou que os comentários da ministra “são irresponsáveis e desrespeitosos para milhares de adeptos do clube”, que foi derrotado na final por 1-0, e denunciou a existência de “uma estratégia que procura atribuir a culpa aos outros”.

A final da “Champions”, disputada em Saint-Denis, na periferia norte de Paris, foi marcada por um cenário de caos em volta do estádio, mas sem feridos graves a lamentar.

Desorganização da UEFA e ânimos exaltados entre adeptos do Liverpool provocaram o caos (e um atraso inédito) na final da Liga dos Campeões

Antes do jogo, dezenas de adeptos tentaram entrar à força no recinto, escalando barreiras para o conseguir.

A polícia interveio, dispersando a multidão com gás lacrimogéneo, lamentando depois que “famílias possam ter sido indiretamente atingidas”, e referindo que as tentativas de intrusão ou de utilização de bilhetes falsos foram “na generalidade” feitas por “adeptos ingleses”, mas “também, sem dúvida, com alguns parisienses e residentes de Saint-Denis”.

Entretanto, a UEFA anunciou a abertura de “inquérito independente” às falhas de segurança que marcaram a final da Liga dos Campeões no sábado, que será liderado pelo português Tiago Brandão Rodrigues, antigo ministro da Educação.