Até ao momento foram confirmados 119 casos de infeção pelo vírus Monkeypox em Portugal, informou esta quarta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS). Trata-se de um aumento de 19 casos em relação ao dia anterior e que coloca Portugal como responsável por cerca de um terço dos casos registados na União Europeia.

Esta terça-feira, segundo o El Confidencial, Espanha contava com 152 casos de “viruela del mono”  (designação em espanhol da varíola dos macacos). O país é, assim, aquele com mais casos em toda a União Europeia, o que coloca a Península Ibérica na dianteira do número de casos em países onde a doença não é endémica.

Na altura da publicação do último relatório do Centro Europeu de Controlo e Prevenção e Doenças (ECDC), divulgado na terça-feira e reportando aos números até segunda, Portugal e Espanha somavam 216 casos de um total de 321 casos na União Europeia.

Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, não descartou a possibilidade de “ter existido um contacto não detetado por algum tempo“. O diretor da OMS salientou que a doença na Europa prevalece em “homens que têm sexo com outros homens” e alertou para que “se combata o estigma em relação a este grupo, uma vez que pode impedir os doentes de procurarem os serviços de saúde”.

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Qualquer pessoa pode ser infetada se tiver contacto físico próximo com uma pessoa infetada”, explicou Tedros Ghebreyesus. “Os sintomas acabam por se resolver rapidamente na maioria dos casos, mas podem agravar-se em algumas situações.”

Em Portugal, a maioria das infeções foram notificadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve. Todos os casos confirmados são em homens, entre os 20 e 61 anos. A maioria tem menos de 40 anos, indicou a DGS.

Os casos identificados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) “mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis”, disse o organismo.

“A informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional. A DGS continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias”, afirmou ainda a DGS.

Os primeiros casos de Monkeypox em Portugal foram confirmados a 18 de maio pela DGS.

(Notícia atualizada às 15h40 com declarações da OMS e dados do ECDC)