O governo da República Democrática do Congo (RDCongo) garantiu nesta quinta-feira que a segurança do Papa, com visita prevista no início de julho, será assegurada inclusive em Goma, no leste, onde recentemente ocorreram violentos combates contra um grupo rebelde.

O Papa Francisco é esperado em Kinshasa em 2 de julho e, de lá, viajará a 4 de julho para Goma, capital do Kivu do Norte, onde celebrará uma missa num local ao norte da cidade, no sopé do vulcão Nyiragongo, cuja última erupção remonta a maio de 2021.

“A própria escolha do local representa todo o simbolismo da visita”, declarou o ministro da Comunicação e porta-voz do Governo, Patrick Muyaya, durante um encontro com a imprensa dedicado à viagem de Francisco. “Foi neste local que ocorreu a erupção e é lá que se repetiram as incursões”, continuou o ministro.

No final de maio, violentos combates opuseram o exército da RDCongo contra o Movimento 23 de março (M23), uma antiga rebelião tutsi que reapareceu no final de 2021. Kinshasa acusa o vizinho Ruanda de apoiar essa rebelião, que Kigali reiteradamente nega.

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O leste da RDCongo debate-se há cerca de 25 anos com a violência desencadeada por grupos armados e Kivu do Norte é uma das duas províncias declaradas em estado de emergência há mais de um ano pelas autoridades de Kinshasa. “Portanto, a segurança é uma questão crucial”, observou Muyaya.

“Estamos a trabalhar com a Monusco [missão da ONU na RDCongo] e as equipas do Vaticano para garantir que a segurança seja garantida neste local exatamente como será aqui em Kinshasa”, acrescentou, destacando o efeito apaziguador da visita papal.

“Quando você recebe o Santo Padre, ele traz-lhe segurança”, vincou.

O encontro desta quinta-feira com a imprensa marcou o lançamento de uma campanha de comunicação sobre a visita papal, a primeira na RDCongo em 37 anos, quando o Papa João Paulo II veio pela segunda vez, em 1985, ao país que então se chamava Zaire.