O ministro do Ambiente e Ação Climática considerou, esta quinta-feira, que não houve nos últimos 50 anos vontade política suficiente para levar as metas do desenvolvimento sustentável da teoria à prática.

“Temos que aumentar a vontade política. As alterações climáticas estão a acontecer. Temos evidências [provas] científicas que não podem ser ignoradas”, afirmou Duarte Cordeiro em Estocolmo, Suécia, onde interveio na conferência Estocolmo +50, que celebra meio século sobre a primeira, que inspirou a criação do programa da ONU para o ambiente.

Portugal, afirmou Duarte Cordeiro, está “pronto para ir mais longe na sua ambição”, sublinhando que por muito que o mundo tenha mudado desde 1972, “o desafio continua gigante” para “um planeta mais saudável e para o desenvolvimento sustentável”.

“Quem está a olhar para o futuro com óculos do passado” precisa de ser “galvanizado” por uma vontade política maior, defendeu o ministro.

Lembrou que Portugal assumiu em 2016 a meta de 2050 para ser um país neutro em emissões de gases poluentes que provocam o efeito de estufa e o aquecimento global e afirmou que o país tem “um compromisso forte com a conservação do oceano” e com a negociação de um tratado internacional para combater a poluição com plástico em 2024.

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Duarte Cordeiro apontou ainda a II Cimeira dos Oceanos das Nações Unidas, organizada por Portugal e pelo Quénia em Lisboa de 27 de junho a 1 de julho, que classificou como “um marco importante” no caminho para a sustentabilidade.

Cinquenta anos depois da conferência que deu origem ao programa das Nações Unidas para o ambiente, só um décimo das metas que estabeleceu foram cumpridas, com um planeta em “crise tripla”, afirmam especialistas num relatório independente do Instituto Ambiental de Estocolmo divulgado a propósito da conferência.

Alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição são as três frentes em que a Conferência de Estocolmo, que em 1972 serviu para chefes de Estado se comprometerem com ação ambiental global, irá até sexta-feira apontar rumos para “desbloquear o futuro”.