Mais de 5.500 enfermeiros pediram escusa de responsabilidade devido à “degradação dos serviços”, sobretudo por falta de profissionais, um número que mais do que quadruplicou desde novembro do ano passado, anunciou esta quinta-feira a Ordem dos Enfermeiros (OE).

No total, e até à presente data, a OE recebeu 5.567 pedidos de escusa de responsabilidade, quando no final de fevereiro [altura em que divulgou os últimos dados] havia 4.475″, anunciou a Ordem dos Enfermeiros em comunicado.

Em causa, sublinha a OE, “está a degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros, o que leva ao incumprimento das dotações seguras, pondo em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

Segundo a OE, só na zona Centro, os pedidos de escusa ascendem a perto de 4.000, sobretudo devido às situações que se vivem em Leiria e nas Caldas da Rainha.

Na região Sul, com um total de 1.522 declarações de escusa, são os hospitais do Algarve, Amadora-Sintra e Setúbal que enfrentam “as situações mais graves”.

“Os números mostram que as declarações de escusa de responsabilidade mais do que quadruplicaram desde novembro, altura em que tinham sido entregues 1.300 declarações de enfermeiros”, salienta.

Esta declaração foi disponibilizada pela OE a todos os enfermeiros para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou mesmo criminal dos enfermeiros face ao elevado número de doentes a seu cargo, uma vez que está demonstrado por estudos internacionais que por cada doente a mais a cargo de um enfermeiro a mortalidade sobe 7% nos hospitais.

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