O Presidente da República afirmou nesta quinta-feira que “falta” uma unidade de liderança na estratégia dos oceanos e que o país não pode esperar pelo fim da guerra ou do pós-pandemia para agir e que, caso contrário, será tarde.

“Não podemos ficar à espera do fim da guerra e dos custos finais dessa guerra ou do pós-pandemia para agir”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, que participava na conferência “Mar, porta para o futuro”, no âmbito da comemoração dos 134 anos do Jornal de Notícias, afirmou ser necessária uma “unidade de liderança” na estratégia dos oceanos, nomeadamente, na área da economia azul.

“Tem faltado uma unidade de liderança nessa estratégia”, sublinhou, dizendo posteriormente aos jornalistas que essa unidade passava por uma união entre “público, privado e social” tanto a nível nacional, como europeu e mundial.

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O chefe de Estado salientou ainda que o país tem uma “oportunidade muito boa” para agir e levar a cabo essa estratégia, referindo-se aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Temos agora uma oportunidade muito boa porque há fundos que normalmente não existiriam e não existirão por um prazo muito curto”, disse, salientando que “há momentos que são irrepetíveis” ainda que os mesmos se façam em “contrarrelógio”.

Considerando que a estratégia de sustentabilidade do país não deve ser “a causa de uma geração contra a outra”, mas a “causa de todas as gerações”, o Presidente da República disse ser preciso “fazer todos os dias a pedagogia da sustentabilidade, como é preciso fazer todos os dias a pedagogia da democracia”.

“Os portugueses percebem que o mar é importante” disse, defendendo, no entanto, faltar a “explicação” da sua importância, dando como exemplo, a importância dos portos, da investigação marinha, das eólicas offshore, da transição energética e digital e até do hidrogénio.  “Isso têm de se fazer mais vezes”, acrescentou.