A alegada violação em grupo de uma rapariga de 17 anos na Índia por cinco jovens, vários menores, provocou a indignação no país depois de se saber que alguns dos envolvidos podem ser filhos de líderes políticos regionais.

A polícia deteve até agora três dos alegados agressores, dois deles menores, acusados de violar a rapariga num carro depois de uma festa numa zona exclusiva da cidade de Hyderabad, capital do estado central de Telangana.

“Um acusado e dois menores foram detidos até agora e estão em curso operações para prender os restantes acusados, que se encontram em fuga”, informou o inspetor-geral da polícia local, Joel David, citado pelo jornal local Indian Express.

O incidente teve lugar na semana passada, quando a jovem regressava de uma festa num pub, num dos bairros mais prestigiados de Hyderabad.

Aparentemente, os jovens insistiram em acompanhá-la a casa, altura em que aproveitaram a oportunidade para a violarem em grupo no carro em que viajavam, segundo o jornal indiano, que cita fontes policiais locais.

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As imagens de várias câmaras de segurança transmitidas na televisão local mostram a jovem a sair do bar com os jovens e a entrar no carro entre as cinco e as seis horas da noite de sábado passado.

A alegada violação da jovem provocou a indignação social, depois de se saber que alguns dos alegados violadores são membros de famílias “politicamente influentes” no estado de Telangana.

“Trata-se de um incidente chocante. Serão tomadas medidas duras contra todos os infratores, independentemente dos seus antecedentes”, afirmou através da rede social Twitter o ministro estadual da Justiça de Telangana, Mohammed Mahmood Ali.

De acordo com os últimos dados do Serviço Nacional de Registos Criminais da Índia (NCRB), foi reportado um total de 28.046 violações no país em 2020, registo que aponta para uma média de 77 violações por dia. Por outro lado, a polícia indiana identificou no ano em causa 1.891 mulheres vítimas de tráfico.

A Índia sofreu uma série sem precedentes de protestos contra a violência contra as mulheres no final de 2012, na sequência da violação em grupo de uma jovem universitária num autocarro em Nova Deli e da sua morte subsequente em resultado de ferimentos graves.

Este caso marcou um ponto de viragem no país e desde então as leis contra as agressões sexuais foram endurecidas, tendo chegado à pena capital para alguns agressores, mas muitas vozes continuam a reclamar a insuficiência das medidas implementadas até agora.