O empate no Algarve com a Islândia, num encontro em que Portugal fez um total de 22 remates e acabou com 13 cantos, trouxe não só os primeiros pontos perdidos na qualificação mas também o primeiro golo consentido cinco jogos depois. A resposta, essa, demorou apenas um par de dias: na Grécia frente à equipa que surgia como principal adversário direito, a Seleção Sub-21 goleou por 4-0 (no mesmo dia em que a formação A bateu a Macedónia do Norte e carimbou o apuramento para o Mundial do Qatar). Ou seja, e mesmo com menos uma partida, Portugal liderava o grupo D com 19 pontos e, em caso de vitória na Bielorrússia, ficava apenas a um empate nas duas partidas que faltavam com Liechtenstein e Grécia.

Um disparo do Pistoleiro entre muita pólvora seca: Portugal cede primeiros pontos na qualificação para o Europeu Sub-21

“Não ligo à questão do favoritismo, ligo ao trabalho que temos de fazer, ao estudo que temos de fazer das equipas adversárias, à forma como nos devemos apresentar. No fim, poderemos dizer se estivemos ou não ao nível para ganhar. Acho que temos disputado todo o apuramento de uma forma muito correta e muito boa. Espero continuar assim. Acreditamos que vamos dominar a maior parte do jogo. Teremos sempre de ter algum cuidado nos ataques rápidos e bolas paradas da equipa adversária”, adiantara Rui Jorge, selecionador Sub-21 que não esquecia o triunfo pela margem mínima na Amadora no arranque desta qualificação com um penálti de Fábio Vieira num encontro em que a equipa foi muito perdulária.

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“A qualidade dos nossos jogadores em termos individuais e a forma como a põem ao serviço da equipa, o pensamento coletivo que têm, a simplicidade que, apesar de toda a sua qualidade, conseguem meter no jogo, tudo isso faz com que a nossa equipa seja atrativa e que proporcione normalmente bons espetáculos”, acrescentou o técnico, crente em mais uma exibição sólida de total domínio. Assim foi. E o encontro realizado em terreno neutro (Yerevan, na Arménia) tornou-se sobretudo um teste à paciência de Portugal com bola perante as linhas recuadas da Bielorrússia sem capacidade de saída em transições.

Henrique Araújo, logo aos cinco minutos, teve a primeira oportunidade flagrante de golo isolado perante Makavchik após um grande passe a explorar a profundidade de André Almeida mas o remate acabou por ser desviado para canto pelo guarda-redes bielorrusso. Pouco depois, após um trabalho individual na área, Gonçalo Ramos, melhor marcador desta qualificação, voltou a ameaçar a baliza contrária para nova defesa do número 1 (17′). E o duelo dos avançados do Benfica com Makavchik continuou até à meia hora, com mais duas grandes intervenções para canto após remates na área de Araújo (18′) e Ramos (28′) antes de um livre direto de Fábio Vieira em boa posição que voltou a encontrar pela frente o guarda-redes (30′).

O golo era algo há muito anunciado e chegou mesmo ainda antes do intervalo, com Fábio Carvalho a ter uma boa recuperação no primeiro terço contrário, Gonçalo Ramos a jogar ao lado para deixar Fábio Vieira na carreira de tiro e o médio do FC Porto, capitão desta equipa de Sub-21, a rematar colocado de pé direito para o 1-0 que premiava o domínio total de Portugal (33′). Esse seria o resultado no descanso mas com a Bielorrússia a ter a única oportunidade e a criar muito perigo com a mesma a quatro minutos dos 45′, com Zherdev a bater um livre direto descaído sobre a esquerda que fez a bola ainda parte no poste.

Ficou o susto mas não seria por muito mais tempo, com uma entrada a todo o gás na segunda parte que fechou as contas em relação ao vencedor da partida: Gonçalo Ramos marcou de forma oportuna de cabeça na área depois de uma grande jogada de João Mário na direita (50′), Fábio Vieira aumentou para 3-0 de penálti após falta sobre Fábio Carvalho (56′) e Portugal passou a ter outro contexto para gerir a partida. Fábio Vieira (lesionado), Gonçalo Ramos e Fábio Carvalho saíram pouco depois da hora de jogo, com o ritmo a baixar mas o estreante David da Costa ainda foi a tempo de aumentar para 4-0 (79′) antes do golo de honra da Bielorrússia por Vasilevich, numa boa jogada individual com remate cruzado (90′), e de mais um grande golo de Portugal a fazer o resultado final, num pontapé de pé direito de Vitinha (90+4′).