A taxa de ocupação turística para os feriados de junho no Algarve deverá rondar os 80%, havendo atualmente cerca de 17.000 passageiros a desembarcar diariamente no aeroporto de Faro, disse esta segunda-feira à Lusa o presidente do Turismo do Algarve.

Há um sinal claro na retoma da procura dos turistas nacionais e estrangeiros, que é mais robusta do que eram as perspetivas no início do ano”, disse João Fernandes, estimando a ocupação para os fins de semana prolongados de junho em cerca de 80%.

Segundo o responsável pela Região de Turismo do Algarve (RTA), as reservas de junho a outubro “estão em níveis próximos das de 2019”, sendo de registar o regresso do turismo tradicional a partir do Reino Unido e da Irlanda, e ainda dos que praticam golfe, que nos últimos anos “apresentaram quebras significativas”.

Além das mini férias proporcionadas pelos feriados nacionais de 10 e 16 de junho e o feriado municipal de 13 de junho — em Lisboa e noutras localidades –, que atraem muitos portugueses ao Sul, há, em média, 100 voos a chegar diariamente a Faro, o que representa cerca de 17.000 passageiros.

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Por outro lado, notou João Fernandes, há também a registar um aumento significativo da chegada de grupos de empresas que se deslocam ao Algarve para fazer reuniões e encontros, assim como de turistas de países europeus francófonos, como a França, a Bélgica e a Suíça.

O presidente da RTA alertou, no entanto, para a falta de mão de obra em vários setores do Algarve, e também no do Turismo, devido ao facto de haver “cada vez menos jovens a entrar para o mercado de trabalho”.

Trabalhadores precisa-se. A restauração e a hotelaria não estão diferentes, os jovens é que já não são os mesmos

Recordando que “antes ia-se ao Alentejo procurar trabalhadores”, João Fernandes observou que, agora, essa região também já desenvolveu o seu setor turístico, havendo como “única possibilidade ir recrutar pessoas fora do país”.

“Tem sido difícil suprir as necessidades que temos” e isto apesar de a região e os empresários terem vindo a “aumentar significativamente” as remunerações que se pagam no setor, assegurou.

Aquele responsável apontou dois “desafios” para resolver o problema: “agilizar” os mecanismos para trazer mão de obra do estrangeiro, nomeadamente, com a ajuda do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e “garantir condições condignas” de residência para esses trabalhadores, que são cada vez mais permanentes.

João Fernandes fez questão em “saudar o plano de contingência” aprovado em finais de maio pelo Governo que prevê o reforço em meios humanos e tecnológicos dos aeroportos nacionais, entre eles o de Faro, para responder a uma maior entrada de pessoas no país nos meses de verão.

Ainda não é possível concluir se a guerra na Ucrânia contribuiu para o aumento do turismo estrangeiro no Algarve, mas o responsável pelo Turismo do Algarve reconhece que a região beneficia do facto de estar afastada do conflito e de Portugal ser considerado um país seguro.

Segundo o presidente da RTA, Portugal deu “uma boa resposta” na luta contra a pandemia de Covid-19 e o Algarve recebeu alguns prémios internacionais durante a pandemia, o que “reforçou a notoriedade” da região.

“Estamos a recolher os frutos do trabalho que temos vindo a desenvolver”, concluiu.