A Câmara de Coimbra aprovou esta segunda-feira por unanimidade, a proposta do PS para atribuição da Medalha da Cidade, Grau Ouro, a título póstumo, ao vereador socialista e ex-vice-presidente do município, Carlos Cidade.

Após o cumprimento de um minuto de silêncio em memória de Carlos Cidade, o executivo, no qual o PS é oposição, aprovou por unanimidade, na reunião da Câmara de Coimbra desta segunda-feira, a proposta socialista de atribuição da Medalha da Cidade.

Carlos Cidade, que foi vice-presidente da Câmara de Coimbra entre 2017 e 2021, e era atualmente vereador socialista (sem pelouros atribuídos) do município, morreu em 29 de maio, aos 63 anos.

Morreu vereador do PS Carlos Cidade

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A proposta subscrita pelos quatro vereadores do PS afirma que a Câmara de Coimbra “deve homenagear aqueles que elevam o nome de Coimbra pela sua ação cidadã, empresarial ou científica”, considerando “adequado e justo o devido reconhecimento” de Carlos Cidade, “que dedicou grande parte da sua vida à causa pública, em prol da cidade, das freguesias de Coimbra e dos seus cidadãos”.

Acima de tudo, Carlos Cidade era um homem bom e genuíno, um amigo sempre presente e pronto a ajudar todos os que precisavam de apoio, um cidadão exemplar e empenhado, um político combativo, um democrata convicto e um construtor de pontes, mobilizador e incansável, um acérrimo defensor da causa pública”, afirmou Regina Bento, que leu a proposta do PS.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, afirmou logo no início da reunião que se iria associar à atribuição da Medalha da Cidade, pela “figura ímpar que o doutor Carlos Cidade é”.

“As reuniões da Câmara sem o doutor Carlos Cidade não serão iguais, pelas suas características intensas e combativas de intervenção política. Iremos sentir falta de Carlos Cidade nesta Câmara e acredito que a cidade também irá sentir a falta de Carlos Cidade. Aos vereadores do PS, quero apresentar as minhas condolências pela morte do camarada e líder socialista que aprendemos a apreciar e a respeitar”, disse o autarca, optando por não referir mais qualquer outro assunto antes da ordem do dia, face a “uma sensação de desconforto e estranheza perante esta reunião”.

O vereador do PS, Hernâni Caniço, que substitui Carlos Cidade no executivo, lamentou o facto de a sua presença se relacionar “com a perda de um amigo, de uma referência de Coimbra e por Coimbra”.

O vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, também subscreveu “integralmente” a proposta do PS, considerando “muito justa esta homenagem” a Carlos Cidade, que conhecia há mais de 40 anos, e com o qual teve “uma relação de enorme proximidade, nuns momentos mais próximos, noutros momentos de mais divergência [o ex-vice-presidente da Câmara foi militante do PCP].

Já o vereador com o pelouro do desporto (uma das pastas que Carlos Cidade assumia no passado mandato), Carlos Lopes, realçou que fará tudo para “honrar o seu legado e a sua memória”.

Fez coisas muito bem feitas e estamos a aproveitá-las da melhor maneira em prol dos cidadãos de Coimbra”, acrescentou.

Carlos Cidade, antes de ingressar no PS, foi militante do PCP, tendo exercido funções de dirigente sindical da CGTP, entre 1980 e 1993.

No plano autárquico, Carlos Cidade exerceu as funções de adjunto e chefe de gabinete do antigo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, entre 1994 e 2002.

Deputado na Assembleia Municipal entre 1993 e 2009, foi vereador na oposição entre 2009 e 2013 e, entre 2013 e 2021, assumiu as funções de vereador, sendo que no último mandato exerceu ainda as funções de vice-presidente da autarquia.