O Metro do Porto aumentou os passageiros transportados de 39 milhões em 2020 para 41 milhões em 2021, ainda abaixo dos valores pré-pandemia, reduzindo os prejuízos em cerca de 26 milhões de euros, segundo o Relatório e Contas.

De acordo com o documento consultado esta terça-feira pela Lusa, aprovado em 27 de maio, a empresa presidida por Tiago Braga viu o número de validações na rede aumentar de 39,386 milhões em 2020 para 41,702 no ano passado, um aumento de 5,9%.

O aumento continua, no entanto, longe do máximo histórico atingido em 2019, antes do surgimento da pandemia de Covid-19, ano em que a Metro do Porto transportou 71,356 milhões de passageiros.

No ano passado, dos 41,702 milhões de validações registadas, 30,132 disseram respeito a assinaturas mensais e 11,569 a títulos ocasionais tendo, no total, sido registada uma média diária de 138 mil validações, um aumento de 5,2% face às 131 mil de 2020, mas ainda abaixo da média de 234 mil observada em 2019.

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Por estações, a Trindade (Porto) continuou a ser a mais utilizada pelos passageiros, registando 7,66 milhões de validações em 2021 (mais 395 mil que em 2020), tendo sido também a “que mais contribuiu para o crescimento total do número de validações em toda a rede entre 2020 e 2021 (explicando, por si só, 17,4% desse crescimento)”, pode ler-se no documento.

As estações Trindade, Casa da Música, São Bento, Campanhã, João de Deus (Vila Nova de Gaia), Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia), 24 de Agosto, Senhora da Hora (Matosinhos) e Bolhão “representam quase metade do total de validações”, refere a Metro do Porto.

“Constata-se, além disso, um claro padrão territorial: as estações da Linha Amarela (de Santo Ovídio ao Hospital de São João) e do chamado Tronco Comum (do Estádio do Dragão à Senhora da Hora) explicam, no seu conjunto, 81,5% das validações de 2021”, pode ainda ler-se no documento.

Em termos relativos, observaram-se ainda aumentos significativos nas estações Jardim do Morro (Vila Nova de Gaia), com 26,3%, ISMAI (Maia), com mais 24,3%, e Santa Clara (Vila do Conde), com mais 18,1%.

Relativamente às contas da empresa, reduziu os prejuízos em 26 milhões de euros em 2021, contabilizando no final do ano passado um resultado líquido negativo de 64,717 milhões de euros, após os 90 milhões de euros em 2020 e 91 milhões em 2019.

A Metro do Porto prevê que os passageiros e as contas da empresa se aproximem dos valores pré-pandemia apenas em 2023, superando 2019 nalguns indicadores só em 2024, segundo o Plano de Atividades e Orçamento (PAO) de 2022.

“Pressupõe-se que apenas em 2023 será possível atingir valores de procura semelhantes aos apurados em 2019, ou seja, o volume de passageiros em 2023 será de cerca de 96% do registado em 2019 (ano recorde de procura do sistema de Metro)”, pode ler-se no documento, noticiado pela Lusa em janeiro.