Um canhão do reinado de D. João V (1706-1750), “um magnífico exemplar de armamento bélico” que pertence ao Arsenal Real do Exército, foi roubado na madrugada desta segunda-feira do Baluarte do Socorro, no interior da Fortaleza Valença, informou a câmara municipal.

“Ao que tudo indica, o canhão foi arremessado muralha abaixo, para um patamar intermédio, e novamente atirado para o fosso da fortaleza, onde terá sido recolhido e transportado”, explicou a autarquia, frisando que “este é um roubo que abrange o património móvel nacional existente na fortaleza de Valença”.

A ocorrência foi participada à GNR, tendo sido “acionada, de imediato, a Polícia Judiciária (PJ) que já esteve no local a recolher provas”. Os restantes canhões foram retirados da fortaleza e guardados em lugar seguro “para prevenir uma nova tentativa de furto”.

O presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, mostrou-se “profundamente revoltado e indignado com mais um situação de roubo e vandalismo na cidade, sendo que desta vez se trata de um elemento de incalculável valor histórico e patrimonial”.

A Fortaleza de Valença foi, ao longo de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal, tendo desempenhado um papel determinante na defesa da fronteira, refere a Agência Lusa. Chegou a albergar cerca de 3.500, divididos por dois regimentos. A presença militar manteve-se até 1927. A fortaleza com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros está classificada como monumento nacional e é candidata a Património da Humanidade.

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