Admitindo que “é difícil assumir o compromisso” de definir uma data para a conclusão do processo, Mariana Vieira da Silva reconheceu que a revisão da Tabela Remuneratória Única pode não acontecer já em 2023, como têm reivindicado Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública.

Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, justamente no dia em que arrancam novos encontros com os sindicatos, a ministra da Presidência explicou que a próxima fase do processo vai exigir uma negociação “mais vasta” e com “diferentes dimensões”, que incluirá o SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública), e que vai coincidir com “a negociação salarial anual do próximo ano”.

Já os encontros marcados para esta quarta-feira vão servir para  “concretizar as medidas que já estavam no Orçamento do Estado para 2022” mas que ainda têm de ser negociadas, nomeadamente as que dizem respeito à entrada nas carreiras de assistente técnico e técnico superior, explicou Mariana Vieira da Silva, que também não se comprometeu com a continuação do aumento extraordinário de pensões no próximo ano.

“São medidas que têm fundamentalmente a ver com uma intervenção tanto nas carreiras técnicas como nas carreiras de técnico superior, no sentido de garantir uma diferenciação inicial”, detalhou a ministra.

Entretanto, em declarações à Rádio Renascença, José Abrãao, o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), já reagiu e acusou o governo de falta de vontade política. “É alguma dificuldade de vontade política. Já estamos a falar para 2023 e este é um conjunto de problemas que não pode continuar a arrastar-se no tempo, porque isto gera revolta, desmotivação e contestação social”, disse o sindicalista. “Nós queríamos encontrar, pelo menos, um compromisso negocial, calendarizado, com compromissos sérios para que se encontrasse um caminho para que todas estas matérias fossem revistas e pudéssemos ter uma administração pública ainda mais motivada, recrutando os melhores e mantendo a competência que já temos hoje nalgumas áreas.”

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