O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu quarta-feira uma “ação coletiva” urgente para “revitalizar os oceanos”, ameaçados pelas atividades humanas que “minam a biodiversidade”.

O pedido foi expresso numa curta mensagem vídeo transmitida na sessão de abertura de uma conferência organizada pelas Nações Unidas a propósito do Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala esta quarta-feira.

Segundo Guterres, para que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e as metas do Acordo de Paris possam ser alcançados é preciso “urgentemente uma ação coletiva para revitalizar os oceanos” e “encontrar um novo equilíbrio” na relação do Homem com o ambiente marinho.

Para o antigo primeiro-ministro português, tal “significa trabalhar com a natureza e não contra ela”, em “soluções para os oceanos” envolvendo setores, regiões, comunidades.

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Um oceano produtivo e saudável é da nossa responsabilidade. Só o conseguimos se trabalharmos juntos”, sublinhou António Guterres na intervenção que abriu a conferência sob o tema “Revitalização: Ação Coletiva pelo Oceano”.

O secretário-geral da ONU enfatizou que “a biodiversidade e os recursos marinhos estão a ser minados pelas atividades humanas”, com a poluição por plástico a atingir ilhas remotas e os recifes de corais a serem destruídos.

Guterres destacou, ainda, que em 2021 a subida do nível do mar, o aquecimento e a acidificação dos oceanos atingiram valores recorde.

A bióloga marinha norte-americana Sylvia Earle, de 86 anos, disse que nunca como agora “é tempo de salvar” os oceanos para que a espécie humana, que deles depende, se possa salvar.

“Revitalizar os oceanos, revitalizar o pensamento humano, revitalizarmo-nos a nós próprios”, incitou, apontando que “a melhor esperança” num futuro “melhor e mais próspero” reside no “conhecimento sem precedentes”.

“Sabemos onde estão os problemas e temos soluções”, afirmou, defendendo que é preciso “agir mais” e em conjunto.

Sylvia Earle, que preside à organização internacional para a conservação dos oceanos Mission Blue, considerou como um dos “maiores problemas” a “extração de vida selvagem subsidiada e legal”, com fins lucrativos, tornando-a “em dinheiro”.

“É óbvio que para prosperarmos temos que promover uma relação pacífica com o planeta”, referiu, reiterando o apelo de António Guterres para uma “ação conjunta” em defesa dos oceanos.